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Parceria projeta restaurar 1200 hectares de Mata Atlântica

Ao lado da Biomas, Carbon2Nature Brasil, joint venture da Neoenergia e da Carbon2Nature, uma empresa da espanhola Iberdrola para soluções baseadas na natureza, torna-se codesenvolvedora do Projeto Muçununga

Mata Atlântica (Wikimedia Commons)

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Publicado em 1 de julho de 2025 às 13h00.

Última atualização em 1 de julho de 2025 às 14h41.

Com investimento da ordem de R$ 55 milhões, a parceria entre Carbon2Nature e Biomas entra no Projeto Muçununga. Este, vai restaurar cerca de 1,2 mil hectares de Mata Atlântica em áreas da Veracel Celulose espalhados por oito municípios do sul da Bahia.

Do investimento 50% é da Carbon2Nature Brasil. O fechamento do projeto está sujeito a condições precedentes habituais a este tipo de operação. A área a ser reflorestada pelas empresas equivale a cerca de 1,2 mil campos de futebol. 

Nos próximos dois anos, a parceria proporcionará plantio de quase 2 milhões de mudas de mais de 70 espécies nativas como araçá, copaíba, guapuruvu, ipê-amarelo e jatobá. Essa grande variedade garante a recuperação de corredores ecológicos, beneficiando o ecossistema natural e gerando mais valor ao projeto.

Projetos de recuperação de florestas o Brasil

Segundo levantamento da MSCI Carbon Markets, globalmente, apenas 1% dos projetos de recuperação de florestas nativas para carbono usa mais de 10 espécies. O Projeto Muçununga inclui a restauração de floresta nativa nos municípios de Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Potiraguá e Santa Luzia. 

Além de restaurar o ecossistema e recuperar a biodiversidade, o projeto apoiará o desenvolvimento socioeconômico local, estimulando novas oportunidades para a geração de renda. Cerca de 80 empregos diretos deverão ser criados na região para a implementação da iniciativa.

Como as florestas removem volumes significativos de CO2 da atmosfera, o modelo de negócio do projeto prevê que a restauração seja financiada pelos créditos de carbono que serão gerados nas áreas recuperadas. A expectativa é que o Projeto Muçununga gere aproximadamente 525 mil créditos de carbono em 40 anos. Cada crédito de carbono representa uma tonelada de CO2 que foi removida da atmosfera.  

“A nova parceria entre a Carbon2Nature Brasil e a Biomas celebra o encontro de duas empresas complementares com foco em duas agendas importantes da sociedade: a sustentabilidade e o desenvolvimento social. O projeto reafirma o nosso compromisso em ampliar os benefícios ambientais e a qualidade de vida especialmente em regiões em que estamos presentes, como o estado da Bahia - onde temos operação de distribuição, geração e transmissão, cuja região de Mata Atlântica representa um dos biomas mais biodiversos do mundo”, destaca Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia – a empresa é parte da joint venture que deu origem à Carbon2Nature Brasil, detendo 49% e sendo responsável por 13,7 milhões do valor total investido no Projeto Muçununga.

Perspectivas para geração de créditos de carbono

Criada em julho do ano passado para desenvolver projetos de soluções baseadas na natureza para geração de créditos de carbono, a Carbon2Nature Brasil estima capturar nos próximos anos mais de 10 milhões de toneladas de CO2.

Desenvolvedora do Projeto Muçununga, a Biomas é uma empresa de regeneração de ecossistemas criada no fim de 2022 e que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale. A meta da Biomas é restaurar 2 milhões de hectares de áreas degradadas ou improdutivas nos próximos 20 anos. 

“A entrada da Carbon2Nature Brasil no Projeto Muçununga reforça a integridade e a qualidade técnica da iniciativa. Trata-se de um parceiro qualificado, com profundo entendimento do setor, que reconhece na restauração ecológica um caminho concreto para geração de valor ambiental e social. Esta parceria também representa mais um passo importante no amadurecimento do setor de restauração no Brasil, contribuindo para consolidar o país como referência global em soluções baseadas na natureza", afirma Fabio Sakamoto, CEO da Biomas.

O Projeto Muçununga está localizado no corredor central da Mata Atlântica, uma das regiões com maior biodiversidade do planeta. Com apenas 26,2% da vegetação original nativa, segundo levantamento do MapBiomas, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro que mais sofreu transformações nos últimos séculos.

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