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Setor de refrigeração surfa na onda de calor, mas expansão depende de consumo eficiente

Com altas temperaturas, 2025 apresenta cenário favorável para fabricantes de ar-condicionado. Expansão dependerá de produtos com consumo eficiente de energia elétrica

Setor de refrigeração tem oportunidade de expandir em 2025 (SimpleImages/Getty Images)

Setor de refrigeração tem oportunidade de expandir em 2025 (SimpleImages/Getty Images)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 12 de março de 2025 às 13h00.

2024 foi o ano mais quente do Brasil, registrando temperatura de 0,79ºC acima da média histórica. Quem saiu ganhando foi o setor de refrigeração, que vendeu 38% mais ares-condicionados do que em 2023. E com ondas de calor cada vez mais frequentes, é provável que este crescimento continue em 2025.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), 44 cidades registraram temperaturas acima de 30°C na noite do domingo do último dia 16 de fevereiro. São Paulo não registra temperaturas abaixo desta marca há quase um mês. 

Com o consumidor morrendo de calor, produtores de sistemas de refrigeração se preparam para dar continuidade à expansão. 

“Estamos comprometidos em oferecer soluções que não apenas atendam à demanda, mas que também ajudem nossos clientes a economizar energia e a reduzir seu impacto ambiental. O aumento das temperaturas nos motivou a acelerar nossos lançamentos e inovações”, diz Rafael Macari, CEO da Refriplay.

A empresa registrou crescimento de 30% nas vendas em 2024 e acredita que a chave para a uma expansão está no desenvolvimento de produtos com alta eficiência energética.

O consumidor quer refresco sem prejuízo na conta de luz

2025 já bateu quatro vezes o recorde no consumo de energia. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o pico mais recente aconteceu no dia 21 de fevereiro, registrando consumo de 104.732 megawatts (MW) – marca histórica que superou os três picos registrados no final de janeiro e começo de fevereiro. 

Com o uso intensivo dos aparelhos de refrigeração, vem também a preocupação com o bolso. Recentemente, o Rio de Janeiro observou aumento na conta de luz, decorrente de reajuste de 1,31% aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com mais solicitações na fila, é de se esperar que o alívio ao calor fique mais caro. 

O caminho é desenvolver aparelhos com consumo mais eficiente

Para atender o desejo do consumidor, empresas como a Hitachi, também do setor de refrigeração, estão apostando todas as fichas no desenvolvimento de produtos com componentes como inversores (inverters)

Essas peças eletrônicas permitem o controle inteligente dos ares-condicionados, utilizando informações externas para determinar quanta potência é necessária para operar os aparelhos sem exceder limites de consumo. 

Os inversores podem reduzir o consumo de energia elétrica em 40% e até 80% nos modelos mais de ar-condicionado mais novos.  

Foi com esses produtos que a empresa cresceu em mais de 20% nas vendas de 2024 e pretende continuar avançando em 2025.

Demanda por manutenção também está em alta

Quem já tinha ar-condicionado antes da chegada do calor agora está à procura de manutenção. 

De acordo com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), o setor de manutenção de sistemas de refrigeração cresceu 15% em 2024.

O serviço conta como parte importante do ecossistema do setor, e também é estratégico para expansão. 

“A manutenção preventiva é crucial, especialmente em períodos de calor intenso. Estamos vendo um aumento na demanda por serviços de manutenção de ares-condicionados, o que é um reflexo da conscientização dos consumidores sobre a importância de manter seus sistemas de refrigeração em boas condições”, conclui Macari, da Refriplay.

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