Hoje, o profissional busca ter mais controle sobre sua rotina e qualidade de vida (Divulgação: Justin Paget/Getty Images)
Repórter Bússola
Publicado em 15 de abril de 2025 às 13h00.
Tirar um mês para trabalhar em qualquer lugar do mundo, ou trabalhar apenas quatro dias sem redução no salário. Essas são as promessas do ‘workation’ e da escala 4/3, duas alternativas ao home office que tem crescido nas considerações das empresas brasileiras.
Por que elas estão começando a pensar nisso? Fácil: com 56%, o Brasil lidera o ranking mundial dos países com maior taxa de rotatividade (turnover). No mais, pesquisas recentes demonstram que metade da população está insatisfeita com o ambiente corporativo.
"Hoje, o profissional busca ter mais controle sobre sua rotina e qualidade de vida, o que acaba beneficiando tanto o colaborador quanto a empresa, se usar a estratégia institucional correta", diz o especialista em transição de carreira e diretor da Transite, Vinicius Walsh.
Segundo ele, a popularização da escala híbrida pela Geração Z fez os executivos entenderem que o conceito de “produtividade” está mais ligado à autonomia do que à presença física nos escritórios
Com a saída dos baby boomers e da Geração X do mercado de trabalho, a presença crescente dos Millennials e da Geração Z tem provocado as mudanças mais radicais no mercado de trabalho.
Os testes destes modelos ainda estão em curso, mas os resultados parecem bons. No Reino Unido, por exemplo, o piloto realizado pela 4 Day Week Global com 61 empresas em 2022 terminou com 92% das instituições mantendo a escala de forma temporária e 8% de forma permanente.
Explicando o “workation”, o nome vem da junção das palavras “work”, trabalho, e “vacation”, férias. Em empresas com modelo presencial, esse é um benefício que permite período limitado de home office que pode ser feito em qualquer lugar do mundo – locais turísticos, típicos de viagens de férias, são os mais considerados, por isso o nome.
Não existem informações tão recentes sobre a adoção do último, mas a opinião geral é de que ambas as opções podem melhorar a taxa de turnover e satisfação dos colaboradores. Walsh destaca o mais importante para quem quer experimentar:
“Muitas empresas ainda operam com o controle rígido e a supervisão constante. Para que o workation ou a semana de quatro dias funcionem, é essencial cultivar uma cultura de confiança, com metas claras e foco nos resultados, não nas horas trabalhadas. É justamente aí onde o empreendedor se atrapalha”.
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