Impacto da IA deve repetir a transformação gradual vista na era da internet (Freepik)
Redatora
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 12h00.
Nos anos 1990, a internet prometia revoluções instantâneas no mercado de trabalho e decepcionou quem esperava rupturas rápidas e previsíveis.
A mudança veio, mas em outro ritmo e direção: silenciosa, difusa e com impactos muito diferentes entre ocupações.
Esse retrospecto revela pistas importantes sobre o que a inteligência artificial deve provocar agora. As informações foram retiradas de The Wall Street Journal.
A digitalização não eliminou o emprego de maneira generalizada, mas atingiu de forma abrupta ocupações estruturadas por tarefas rotineiras, como operadores de telemarketing, agentes de viagem e leitores de medidores.
Enquanto esses papéis sofreram quedas acentuadas, a maior transformação ocorreu longe do alarde: a internet entrou na rotina de quase todas as profissões e redesenhou como o trabalho acontecia, sem necessariamente mudar quem o executava.
Esse padrão se repetiu de maneira sistemática.
Profissões que dependiam de julgamento, coordenação, atendimento e conhecimento prático, de contadores a técnicos de laboratório, foram reconfiguradas, não substituídas.
Processos administrativos migraram para sistemas compartilhados, fluxos de comunicação ficaram mais rápidos e funções inteiras foram reconstruídas a partir de softwares, dados e colaboração em rede.
O resultado não foi o fim dos empregos, mas a expansão das áreas técnicas, operacionais e logísticas que sustentaram a nova infraestrutura digital.
Essa lógica ajuda a entender a inteligência artificial atual. Modelos capazes de redigir textos, resumir informações ou gerar respostas automatizam tarefas, não funções completas.
Assim como a internet, a IA tende a avançar primeiro sobre atividades padronizáveis, para depois alterar fluxos de trabalho e, por fim, estimular a criação de novas funções ligadas a dados, segurança, controle, integração e supervisão.
A principal mudança, portanto, deve ocorrer dentro das profissões.
Funções humanas passam a se concentrar em supervisão, julgamento complexo, relacionamento e tomada de decisão em cenários que exigem contexto. O trabalho técnico se acelera; o trabalho humano se desloca para onde as máquinas ainda não chegam.
O precedente da internet mostra que a disrupção é real, mas raramente instantânea.
A inteligência artificial deve seguir o mesmo roteiro: uma transformação profunda, contínua e desigual — mais perceptível no cotidiano do que nas previsões dramáticas.
O risco não está apenas em temer perdas de empregos, mas em ignorar a reconfiguração silenciosa que já está em curso.
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