Carreira

A nova NR-1 e a proteção da saúde mental da mulher no ambiente corporativo

O excesso de tarefas (dentro e fora do trabalho) é um dos principais fatores que podem impactar a saúde mental – especialmente a feminina

Apesar de muitas mulheres aparentarem ter alta disposição e produtividade, a realidade é que muitas estão enfrentando um cansaço extremo (sorbetto/Getty Images)

Apesar de muitas mulheres aparentarem ter alta disposição e produtividade, a realidade é que muitas estão enfrentando um cansaço extremo (sorbetto/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 8 de março de 2025 às 07h57.

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Por Cristina Cogo, psicóloga clínica

A preocupação com a saúde mental tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo. A nova NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1), que entrará em vigor em maio de 2025, inclui a avaliação de riscos psicossociais no ambiente de trabalho, tornando obrigatório que as empresas adotem medidas preventivas para proteger a saúde mental dos trabalhadores.

A atualização da norma estabelece diretrizes e procedimentos para a gestão de riscos ocupacionais. Entre os principais pontos, destaca-se a importância de prevenir fatores como estresse, assédio moral, síndrome de Burnout e sobrecarga de trabalho. Para isso, a norma prevê a identificação e o tratamento dos riscos psicossociais, incorporando estratégias preventivas ao Programa de Gerenciamento de Riscos (GRO) das empresas.

Saúde mental das mulheres no trabalho: um alerta necessário

No mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, surge uma reflexão importante: como anda a saúde mental das mulheres no ambiente de trabalho?

O excesso de tarefas (dentro e fora do trabalho) é um dos principais fatores que podem impactar a saúde mental feminina. A depressão, por exemplo, é um dos transtornos mais comuns, tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal.

Dados do Ministério da Saúde indicam que a prevalência ao longo da vida de depressão é de até 20% nas mulheres, comparado a 12% nos homens. Esse dado reforça pesquisas que mostram que as mulheres são mais propensas a problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. Essa vulnerabilidade parece refletir não apenas questões hormonais, mas também desafios sociais e estruturais.

Apesar de muitas mulheres aparentarem ter alta disposição e produtividade, a realidade é que muitas estão enfrentando um cansaço extremo, levando ao esgotamento emocional – um dos principais fatores que contribuem para o aumento dos pedidos de desligamento nas empresas.

Como alcançar o bem-estar?

Para as mulheres que estão avançando em suas carreiras – muitas vezes em ambientes de trabalho competitivos e dominados por homens – encontrar um equilíbrio entre as demandas profissionais e o bem-estar pode ser desafiador.

Algumas estratégias podem ajudar:

✅ Reconhecer os próprios limites e estabelecer prioridades.

✅ Delegar tarefas quando necessário para evitar sobrecarga.

✅ Buscar ajuda psicológica para enfrentar desafios emocionais e profissionais.

Do lado das empresas, é essencial promover uma cultura de apoio e inclusão no ambiente corporativo. Políticas de acolhimento, flexibilidade e bem-estar mental fazem a diferença para o desenvolvimento saudável das profissionais.

Além disso, vale lembrar que o cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs) é obrigatório e tem como base a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Empresas que investem em saúde mental saem na frente

Organizações que investem na prevenção de riscos psicossociais tendem a atrair, engajar e reter talentos, tornando-se destaques no mercado de trabalho.

Esse diferencial competitivo não apenas melhora o clima organizacional, mas também contribui diretamente para o desenvolvimento e permanência das mulheres no ambiente corporativo. Saúde mental não é um luxo, é uma necessidade, assim como a equidade no trabalho.

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