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Redatora
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 12h47.
Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta e referência global no campo, deixará a empresa no fim do ano para criar uma startup dedicada a World Models, sistemas de IA capazes de compreender o mundo físico, raciocinar e planejar ações complexas.
A decisão marca um novo capítulo na disputa por caminhos mais avançados da inteligência artificial, de acordo com The Wall Street Journal.
O foco da startup será a criação de algoritmos que aprendem observando o ambiente, acumulam memória e conseguem raciocinar e planejar de forma autônoma, aproximando-se do modo como crianças pequenas interpretam o mundo ao redor.
Esse caminho, segundo ele, representa uma alternativa ao modelo dominante da indústria: a escalada contínua dos modelos de linguagem.
A trajetória de LeCun dentro da Meta ajuda a explicar o peso de sua saída. Foi ele quem estruturou o braço de pesquisa em IA da companhia em 2013, liderando o grupo por quatro anos antes de assumir o cargo de cientista-chefe.
Nos últimos anos, porém, suas visões passaram a divergir do rumo adotado por grandes empresas de tecnologia, que buscam aproximar seus sistemas da chamada superinteligência.
LeCun tem defendido publicamente que modelos de linguagem, mesmo os mais avançados, não serão suficientes para alcançar esse patamar.
A mudança ocorre em um momento de reconfiguração do setor. A Meta criou recentemente um laboratório dedicado à busca pela superinteligência e nomeou outro cientista para liderá-lo, enquanto LeCun permaneceu à frente da Fundamental AI Research.
Paralelamente, segundo fontes ouvidas pelo jornal, ele já conversava com colegas sobre a possibilidade de deixar a empresa, recrutando talentos e abrindo diálogo com investidores.
Para o mercado, o movimento tem implicações diretas.
A aposta em world models sinaliza uma nova fronteira tecnológica e reforça a necessidade de profissionais capazes de compreender diferentes abordagens de IA, desde os fundamentos matemáticos até as aplicações práticas.
Em setores como saúde, logística, finanças e varejo, sistemas que interpretam o ambiente e tomam decisões complexas podem redefinir fluxos de trabalho, produtividade e competitividade.
LeCun afirma que sua empresa atuará em áreas que conversam com alguns interesses comerciais da Meta, mas também avançará para campos que extrapolam o universo da big tech.
A disputa agora deixa de ser apenas sobre quem treina o maior modelo, e passa a incluir quem domina as arquiteturas capazes de reproduzir aspectos do raciocínio humano — um desafio técnico profundo, que exigirá profissionais preparados para trabalhar na fronteira da pesquisa e das aplicações.
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