Carreira

Kemin paga bônus a funcionários por indicações para reduzir turnover

Programa de 'indicações premiadas' se tornou a principal ferramenta de atração em cidades com escassez de mão de obra e ajudou essa empresa americana a reduzir a rotatividade

Giseli Delacqua, diretora de RH Latam da Kemin: “As pessoas gostam de trabalhar aqui. Cerca de 71% dizem que querem ficar até se aposentar” (Divulgação/Divulgação)

Giseli Delacqua, diretora de RH Latam da Kemin: “As pessoas gostam de trabalhar aqui. Cerca de 71% dizem que querem ficar até se aposentar” (Divulgação/Divulgação)

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 19h30.

Tudo sobrePrêmio EXAME Melhores em Gestão de Pessoas 2025
Saiba mais

Encontrar o perfil certo tem sido um dos maiores desafios do RH — especialmente em um mercado aquecido, com cada vez mais disputa por mão de obra qualificada. Para a Kemin do Brasil, multinacional americana do setor de ingredientes para nutrição e saúde animal, a solução veio de dentro de casa: apostar nas indicações internas.

“Temos um programa de indicação que premia financeiramente quem ajuda a contratar bem”, conta Giseli Delacqua, diretora de RH Latam da Kemin.

Para ganhar o bônus, no entando, não basta só indicar, há uma condição: o profissional indicado precisa permanecer na empresa por três meses, após ser contratado. Cumprindo o prazo, o funcionário que o recomendou pode receber entre R$ 800 e R$ 1.200.

“Essa rede de confiança é muito valiosa, porque quem já vive a cultura da empresa costuma indicar pessoas alinhadas aos nossos valores,”afirma Delacqua.

A guerra por profissionais em cidades pequenas

Com 380 funcionários distribuídos entre as fábricas de Valinhos (SP) e Vargeão (SC), a Kemin enfrenta desafios distintos em cada região. Em Varjeão, cidade de apenas 4 mil habitantes, a chegada de novas empresas, como a Nestlé, acirrou a disputa por profissionais.

“Lá, a escassez de mão de obra é um desafio real. A indicação se tornou nossa principal ferramenta de atração”, afirma Delacqua.

Uma empresa americana que busca internacionalizar talentos

Com o lema de ser uma empresa “B2B que chega à mesa de 80% da população mundial”, e com clientes como Mars, BRF e JBS, a Kemin aposta em desenvolvimento contínuo e bem-estar para manter o engajamento alto — hoje, três unidades da América do Sul figuram entre as de melhor índice global de engajamento da companhia.

A empresa mantém programas de coaching, mentoria e bolsas para cursos de idiomas, graduação, MBAs e técnicos, com subsídios que variam de 60% a 100%, além da Universidade Kemin, sua plataforma global de aprendizado.

Um dos principais destaques do RH da companhia é o Winner Cycle, que leva anualmente os top talents para os Estados Unidos a fim de desenvolver projetos globais.

“Desde o início do programa, 45% dos participantes foram promovidos”, afirma a diretora.

As ações de RH já estão trazendo resultado. Quando Delacqua chegou à Kemin, em 2017, o turnover era de 27%. Hoje, está em 8%.

“As pessoas gostam de trabalhar aqui. Cerca de 75% dos nossos funcionários estão há mais de cinco anos na empresa e 71% dizem que querem ficar até se aposentar”, conta.

O segredo, segundo ela, está na combinação de cultura familiar, reconhecimento e oportunidades reais de crescimento.

“A Kemin tem a cultura de cuidar. Isso vem da própria família fundadora, que hoje está sob o comando da segunda geração, mas quer permanecer como capital fechado até a sétima geração", afirma a executiva de RH. "Quando a empresa demonstra esse cuidado com os funcionários e o futuro da empresa, o engajamento vem naturalmente.”

Com todos esses benefícios, a Kemin é destaque na EXAME como uma das três empresas premiadas na segunda edição do Prêmio EXAME Melhores em Gestão de Pessoas, na categoria entre 300 e 1.000 funcionários.

Acompanhe tudo sobre:Prêmio EXAME Melhores em Gestão de Pessoas 2025Agronegóciocarreira-e-salariosMundo RH

Mais de Carreira

Na Daiichi Sankyo, crescimento sem perder o DNA de acolhimento

‘O nosso maior benefício é a educação’, diz executiva de RH da Cogna

Como a Yduqs usa IA e cultura de cuidado para transformar a educação

Após três fusões, Agger mostra como o RH pode sustentar a cultura em tempos de M&A