Raquel Cardoso da Silva, da Motiva: “Para escolher o novo escritório, fizemos uma análise de CEPs e conseguimos reduzir o tempo médio de deslocamento dos funcionários” (Motiva/Divulgação)
Repórter
Publicado em 25 de abril de 2025 às 17h04.
Última atualização em 25 de abril de 2025 às 17h38.
Após mais de duas décadas na antiga sede no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, a empresa antes conhecida como CCR aposta em novos movimentos este ano. A mudança não é apenas geográfica. Com novo endereço em São Paulo próximo ao trem, nova marca e uma abordagem mais ampla de mobilidade, a CCR passa a se chamar Motiva e assina sua nova fase.
“Essa mudança marca um novo momento da nossa companhia. Um compromisso com o futuro e com o legado que queremos construir”, afirma Raquel Cardoso da Silva, vice-presidente de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Motiva.
Com Miguel Setas como CEO da Motiva, a companhia fechou 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 1,78 bilhão — aumento de 26% em relação a 2023. No último ano a companhia também investiu R$ 7,44 bilhões no setor de infraestrutura de mobilidade no Brasil.
Com forte atuação no setor de rodovias, o nome CCR — Companhia de Concessões Rodoviárias — gerava dúvidas sobre a abrangência do grupo. A mudança para Motiva foi uma forma de ressignificar o negócio e ampliar a percepção do público sobre as áreas de atuação da companhia, que hoje opera rodovias, trilhos e aeroportos.
“O nome Motiva vem de motivus que significa algo que gera movimento. Traduzimos isso também visualmente com curvas e ondas que remetem ao fluxo constante da mobilidade”, diz Silva.
A mudança foi estudada ao longo de 2023 e implementada junto à nova sede, com uma comunicação que reforça a marca como sinônimo de transformação, fluidez e conexão.
O novo escritório da Motiva ficará a partir desta sexta-feira, 24, ao lado do trem da linha 9-Esmeralda (linha que pertence ao grupo) e tem 118 estações de trabalho — 28% mais que o anterior — e 14 salas de reunião para o coletivo e quatro salas de reunião para a diretoria. O layout privilegia ambientes abertos, claros e colaborativos — além de muitas salas para reunião ou individuais para atividades que exigem foco. A arquitetura foi pensada para traduzir os valores da nova cultura organizacional, batizada internamente como os “3 is”: integridade, integração e impacto.
“Nossos valores estão refletidos nos espaços de convivência, nas salas focadas na confidencialidade, no work café com barista e nas áreas informais que promovem encontros e trocas entre os times. Tudo foi desenhado para facilitar a conexão e gerar valor para o negócio”, diz Silva.
Além de mais amplitude, a escolha do novo endereço levou em conta mobilidade urbana e bem-estar dos funcionários. Próxima a estações de metrô, ciclofaixas e vias de acesso às outras sedes operacionais da Motiva, a localização permite o uso de diferentes modais.
“Também fizemos uma análise de CEPs e conseguimos reduzir o tempo médio de deslocamento dos funcionários”, conta a executiva.
Outro diferencial é a política de modelo híbrido, mantida mesmo com a nova estrutura: são três dias presenciais e dois de home office. Os postos de trabalho são flexíveis, e a gestão é feita via aplicativo com reserva de assentos e check-in.
A nova sede é também um símbolo da transformação cultural e de RH que a companhia vem promovendo. Entre os pilares estão o desenvolvimento interno de talentos, o reconhecimento dos profissionais e o reforço da cultura organizacional.
“Estamos olhando para dentro, valorizando quem já está com a gente, mas também abrindo espaço para atrair novos talentos com repertórios diversos. Queremos construir a Motiva do futuro com pessoas que abracem essa transformação”, afirma a VP de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Motiva.
Uma das ações que focam no capital humano é a formação de socorristas em saúde mental, lançada em 2024. Mais de 340 funcionários já foram capacitados para atuar como primeira linha de acolhimento psicológico dentro da empresa. A expectativa é formar 1,7 mil funcionários até o fim do ano, o equivalente a 10% da força de trabalho da Motiva.
“O tema da saúde mental nos levou a refletir sobre a importância de ampliar o diálogo e fortalecer redes de apoio em todas as áreas onde atuamos”, diz Silva. “Não substituímos os profissionais de saúde, mas formamos pessoas preparadas para ouvir com empatia, oferecer acolhimento inicial e orientar os colegas aos nossos programas de suporte.”
A Motiva, anteriormente conhecida como Grupo CCR, é uma das maiores empresas de infraestrutura de mobilidade do Brasil. Fundada em 23 de janeiro de 1999, a companhia atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos.
Atualmente, possui 17 mil funcionários e está presente em 230 cidades de 13 estados brasileiros, além de operar em três países da América Latina. O modal de rodovias representa 67% do faturamento, seguido por 23% mobilidade (metrô e trens) e 10% aeroportos.
Os principais concorrentes da Motiva no Brasil incluem EcoRodovias, Arteris, Invepar, Grupo EPR (Equipav e Perfin), Via Appia Concessões (Starboard) e Odebrecht TransPort.