Carreira

Da saúde mental à aula de teatro: a estratégia da Vivo para formar líderes e reter talentos

Com benefícios como espaço de bem-estar e cursos internacionais e de oratória, a Vivo reforça sua estratégia de engajamento e, em parceria com o hospital da USP, busca novos talentos por meio de um projeto social

Fernando Luciano, vice-presidente de RH da Vivo: “Quanto mais perto estamos dos desafios do negócio, mais conseguimos direcionar o time para onde a empresa quer ir”. (Vivo/Divulgação)

Fernando Luciano, vice-presidente de RH da Vivo: “Quanto mais perto estamos dos desafios do negócio, mais conseguimos direcionar o time para onde a empresa quer ir”. (Vivo/Divulgação)

Publicado em 18 de junho de 2025 às 09h02.

Última atualização em 18 de junho de 2025 às 14h45.

Tudo sobreMundo RH
Saiba mais

A própria trajetória de Fernando Luciano, vice-presidente de RH da Vivo, é exemplo da estratégia que o CEO Christian Gebara impulsionou nos últimos anos: apostar em perfis fora do óbvio para a liderança. Formado em comunicação social e com mais de uma década atuando em inovação digital, ele deixou a área de negócios para assumir a liderança do RH da Vivo em 2018.

“Na Vivo, é comum ver pessoas de diferentes profissões ocupando posições em outras áreas. Isso inspira os times e ajuda a reter talentos”, diz Fernando Luciano.

Usar as suas habilidades em diferentes funções é uma das estratégias do RH da Vivo para engajar seus mais de 33 mil funcionários no Brasil.

“Quanto mais perto estamos dos desafios do negócio, mais conseguimos direcionar o time para onde a empresa quer ir”.

A flexibilidade e a IA como carta na manga

A Vivo também vem digitalizando processos desde antes da pandemia e foi uma das primeiras a adotar inteligência artificial no recrutamento.

“Antes mesmo da pandemia já tínhamos o regime de trabalho híbrido e hoje com a IA identificamos rapidamente o fit cultural e aceleramos as contratações com base em dados”, afirma Fernando Luciano que diz que os funcionários seguem hoje a escala de três dias no presencial e dois dias no home office. "Também flexibilizamos o horário de entrada, que pode ser entre 8h e 11h."

Um ecossistema de bem-estar

Para se tornar um RH cada vez mais estratégico e humanizado, a Vivo está investindo no bem-estar dos funcionários por meio do programa “Vivo Bem-Estar”. O espaço físico de 600 m² no escritório no bairro da Berrini, em São Paulo, oferece acupuntura, quick massage, osteopatia, nutricionista, fisioterapia, sala de meditação e até salão de beleza. Há também uma jornada mensal de atividades voltadas ao corpo, mente e ambiente.

“Um dos diferenciais é o hub de saúde mental, com 11 soluções, como atendimento psicológico, o apoio ao luto, o SOS Saúde Mental (acolhimento imediato), além de suporte jurídico, psicopedagógico e financeiro”, afirma Fernando Luciano.

Com esses programas o executivo já vê uma virada cultural que já colhe frutos tangíveis na Vivo. “O turnover voluntário está em apenas 6% e o eNPS (Employee Net Promoter Score) bateu 85 pontos com 92% de adesão”.

Do palco à liderança

Outra aposta que começou neste mês foi o curso de oratória e teatro para 30 diretores da empresa. “Queremos desenvolver comunicação, criatividade e controle emocional. Começamos numa sala de treinamento e vamos até o Teatro Vivo”, diz Fernando Luciano. As sessões vão até novembro e devem impactar também os gerentes em ciclos futuros.

A capacitação vai além da sede: as lojas e filiais também recebem iniciativas como o Festival do Bem-Estar e a parceria com a Track&Field. No último desafio promovido pela empresa, 4 mil funcionários realizaram 38 mil atividades físicas em dois meses.

A diversidade como estratégia do negócio

A diversidade também permeia o cuidado com o time, e para isso a Vivo tem metas públicas com prazos até 2035, atreladas aos ESG e compromissos com a ONU, afirma Luciano, que já apresenta alguns avanços:

  • As mulheres representam 45,6% do total dos funcionários e 38,7% fazem parte da liderança executiva da empresa.
  • 43,6% dos funcionários são negros, sendo que 33,8% em cargos de liderança.
  • 9,7% dos funcionários estão confortáveis em se autodeclarar parte da comunidade LGBTI+.
  • 5,2% são pessoas com deficiência.
  • Temos 11,3% de profissionais com mais de 50 anos, cerca de 20% com até 30 anos e aproximadamente 2% com mais de 60.

“Trabalhamos com metas públicas, acompanhadas ano a ano. Não é algo solto, temos compromissos com a ONU e indicadores atrelados ao ESG da Vivo para garantir que a diversidade avance de forma concreta”, diz.

Resultados que refletem inclusão

Entre as iniciativas de inclusão mais recentes da Vivo está um programa inédito voltado à empregabilidade de jovens com doenças crônicas, como jovens que passam pelo processo de hemodiálise, desenvolvido em parceria com o Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da USP. O projeto começou neste mês com uma turma-piloto de dez adolescentes.

“Queremos promover a inclusão desses jovens no mercado de trabalho, desenvolvendo competências comportamentais, técnicas e de autocuidado”, afirma o vice-presidente de Pessoas da Vivo. Segundo ele, o acompanhamento é multidisciplinar, com apoio de profissionais de saúde, bem-estar e desenvolvimento, além da participação ativa das lideranças.

Carreira com propósito (e com pets)

A empresa também reposicionou o programa “Vivo Mais Família” com ações para gestantes e pais adotivos, incluindo visitas domiciliares com enfermeiros e reonboarding com apoio emocional. Além da licença-maternidade estendida (seis meses), a empresa oferece licença-paternidade de 30 dias e criou também a licença-pet.

“Desde 2021, nossos funcionários que adotam cães ou gatos têm direito a dois dias de folga para acompanhar a adaptação do novo membro da família”, diz Luciano que conta que a empresa realiza feiras de adoção em parceria com ONGs no próprio escritório.

Outro destaque é o programa de influenciadores internos, o Vivo Creators, que desde 2021 reúne funcionários de diferentes áreas para comunicar campanhas estratégicas da empresa — dentro e fora da Vivo. “É uma forma de engajamento, mas também uma vitrine de talentos”, diz Fernando Luciano.

Formação internacional em Madrid

A conexão da Vivo com o Grupo Telefónica também oferece oportunidades globais de formação. Um dos destaques é a Universitas Telefónica, a universidade corporativa do grupo sediada em Madri, que recebe talentos da Vivo para programas executivos presenciais.

Luciano mesmo já participou de três formações internacionais, voltadas a inovação, alta performance e liderança, mas ele reforça que há cursos mais técnicos como IA e engenharia.

A maioria das aulas são em espanhol, mas também podem ocorrer em inglês, dependendo da composição da turma. Além dos executivos, trainees bem avaliados também são enviados a Madri como forma de reconhecimento e incentivo à retenção.

“A experiência é muito bem avaliada. É uma forma poderosa de desenvolvimento e de mostrar aos talentos que há um caminho possível de crescimento na Vivo e no grupo”, diz Fernando Luciano.

Para quem sonha em construir carreira na Vivo, Luciano compartilha um conselho: “Valorizamos curiosidade, empatia, visão sistêmica e inteligência emocional. O mundo está mudando rápido e quem estiver disposto a aprender constantemente, vai longe”.

Acompanhe tudo sobre:Mundo RHEstratégiaVivoDiversidadeESGTeatroLiderança

Mais de Carreira

A carreira de IA que ninguém te contou e pode pagar até R$ 1,5 milhão por ano

Aos 36, ex-militar redefiniu saúde financeira e vive com US$ 4 mil: ‘Aqui foco no que me faz feliz’

Só uma em cada 10 grandes empresas do Brasil tem gestão de risco madura

Onde estarão os empregos do futuro? Conheça os setores em alta na era da IA