(Reprodução/LinkedIn)
Redação Exame
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 15h52.
Aos 38 anos, a norte-americana Jordan Harper é fundadora da Barefaced, uma marca de skincare (cuidados de pele) que nasceu de um perfil no Instagram e se tornou um negócio com faturamento de nove dígitos.
Sem formação em negócios ou capital de investidores, Harper construiu uma operação lucrativa em apenas um ano, com mais de 1,5 milhão de unidades vendidas desde o lançamento, em 2020.
Harper começou sua jornada como enfermeira especializada em estética, atendendo pacientes em consultório.
Em 2015, passou a usar o Instagram para compartilhar dicas de cuidados com a pele, sem pretensão de criar uma marca. O que começou como conteúdo educativo logo se transformou em comunidade fiel.
Em 2020, decidiu transformar a autoridade construída em um negócio e lançou a Barefaced com recursos próprios, usando cinco cartões de crédito com 0% de juros para financiar o primeiro lote de produção.
Ela não buscou rodadas de investimento, nem capital de risco. Fez uma pré-venda direta pelo Instagram, contando com a base de seguidores que já confiava no seu trabalho, e o resultado foi surpreendente: milhares de unidades vendidas antes mesmo do produto chegar.
O capital levantado foi suficiente para financiar a operação inicial sem recorrer a investidores externos.
Esse é um exemplo claro de como uma abordagem criativa de financiamento, mesmo pessoal, pode funcionar, desde que embasada em estratégia, validação de mercado e construção de comunidade.
Ao contrário de muitas marcas do setor de beleza, que apostam em lançamentos constantes para impulsionar vendas, Harper optou por uma filosofia inversa: “menos, porém melhor”.
A empresa lança menos produtos, mas foca em eficiência, formulações de alta performance e experiência do cliente. Esse posicionamento exige uma estratégia financeira robusta, com controle rígido de inventário, projeções conservadoras, cadeia de suprimentos eficiente e foco em margem operacional.
Isso reforça o papel da gestão financeira corporativa como diferencial competitivo, mesmo em mercados saturados como o de beleza e bem-estar.
A gestão de capital, no entanto, não exclui riscos. Em um dos momentos mais desafiadores da marca, Harper precisou descartar 50 mil unidades de um produto que não atendia ao padrão de qualidade da empresa. O erro custou US$ 100 mil e seis meses de atraso no lançamento.
A decisão de não colocar o produto no mercado, mesmo que estivesse tecnicamente usável — foi baseada na filosofia da marca: manter a confiança do consumidor acima de qualquer ganho de curto prazo.
Um prejuízo alto, mas uma escolha que, no longo prazo, preservou o valor da marca e a saúde financeira da empresa.
Hoje, a Barefaced já movimenta nove dígitos em receita e se consolida como uma referência no setor. Mas, para Harper, o verdadeiro impacto vai além dos números. O que a move é o retorno emocional de quem usa os produtos.
“A melhor parte do negócio é ver a transformação na confiança das pessoas. Não é só sobre pele. É sobre como elas se sentem”, conta Harper.
Esse impacto emocional, combinado com gestão de capital eficiente, estrutura enxuta e decisões baseadas em dados, fez de Harper um exemplo raro de sucesso no universo de negócios e, acima de tudo, uma prova de que entender de finanças corporativas vai muito além de saber calcular balanços.
É sobre fazer escolhas estratégicas que sustentem crescimento, marca e propósito ao longo do tempo.
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