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Essas são as 15 profissões do futuro, segundo estudo do Fórum Econômico Mundial

Com a previsão de criação de 170 milhões de novos postos de trabalho até 2030, as empresas têm o desafio de equilibrar a adoção tecnológica com a capacitação de suas equipes. Por outro lado, há 15 profissões que estarão em declínio nos próximos anos

Estudo mostra que 48% planejam transitar funcionários de funções em declínio para funções em crescimento (Weiquan Lin/Getty Images)

Estudo mostra que 48% planejam transitar funcionários de funções em declínio para funções em crescimento (Weiquan Lin/Getty Images)

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 17h29.

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Na quinta edição do relatório "Futuro do Trabalho", realizado pelo Fórum Econômico Mundial e Fundação Dom Cabral (FDC), são reveladas tendências que moldarão o mercado de trabalho entre 2025 e 2030. A pesquisa, realizada em 55 países e baseada em respostas de mais de mil empregadores, destaca o impacto da inteligência artificial (IA) e outras inovações tecnológicas nos empregos, habilidades e estratégias empresariais.

Com a previsão de criação de 170 milhões de novos postos de trabalho até 2030, as empresas têm o desafio de equilibrar a adoção tecnológica com a valorização e capacitação de suas equipes, pavimentando um caminho para um mercado mais dinâmico, inovador e inclusivo.

Profissões em alta: tecnologia lidera a transformação

Segundo o estudo, 15 profissões apresentam grande potencial de crescimento nos próximos anos, impulsionadas pela digitalização e pela transição para uma economia mais verde. Destacam-se áreas como Big Data, cibersegurança, IA e machine learning. Especialistas nessas tecnologias estão entre os mais procurados, refletindo a crescente demanda por profissionais qualificados em setores como tecnologia, energia e agricultura.

As profissões em ascensão confirmam a necessidade de mais pessoas com formação em STEM (profissionais da área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática) – algo que no Brasil é um grande desafio, afirma Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação da FDC.

“Se compararmos o Brasil com China, Estados Unidos e Dinamarca, conseguimos enxergar, por exemplo, que não formamos tantos engenheiros no Brasil. Precisamos de um plano de governo, junto com as empresas, para formar mais profissionais na área de STEM”, afirma o professor da FDC.

Profissões em baixa: o desafio da transição

Por outro lado, o relatório aponta que funções administrativas e operacionais enfrentam um rápido declínio devido à automação e ao avanço das tecnologias digitais. Profissões como operadores de telemarketing, caixas bancários e assistentes administrativos estão entre as mais vulneráveis. Veja a lista:

As habilidades que serão mais requisitadas

Profissionais querem ser qualificados! Esse é outro alerto do estudo do Fórum Econômico Mundial que mostra que 78% dos trabalhadores buscam oportunidades de qualificação fornecidas por seus empregadores, em contraste com o cenário anterior em que o funcionário era o principal responsável por seu desenvolvimento.

“Todas as tecnologias começarão com gente e terminarão com gente. Precisamos, no mínimo, estar preparados para essa onda, e para isso empresas precisam investir mais na qualificação de seus profissionais”, afirma Tadeu.

No Brasil, 53% dos empregadores indicam que habilidades tecnológicas serão uma das áreas prioritárias de requalificação nos próximos cinco anos, refletindo a necessidade de preparar a força de trabalho para as inovações tecnológicas emergentes.

Considerando os funcionários e os 55 países que participaram do estudo, essas serão as habilidades que serão exigidas nos próximos anos:

  • Pensamento analítico (69%).
  • Resiliência, flexibilidade e agilidade (67%).
  • Liderança e influência social (61%).
  • Pensamento criativo (57%).
  • Motivação e autoconhecimento (52%).
  • Alfabetização tecnológica (51%).
  • Empatia e escuta ativa (50%).
  • Curiosidade e aprendizado contínuo (50%).
  • Gestão de talentos (47%).
  • Orientação para o serviço e atendimento ao cliente (47%).
  • IA e Big Data (45%).
  • Pensamento sistêmico (42%).
  • Gestão de recursos e operações (41%).
  • Confiabilidade e atenção aos detalhes (37%).
  • Controle de qualidade (35%).

O estudo também destaca que aproximadamente 39% das habilidades existentes precisarão ser transformadas ou substituídas nos próximos cinco anos para atender às novas exigências do mercado de trabalho.

“Todas as tecnologias começarão com gente e terminarão com gente. Precisamos, no mínimo, estar preparados para essa onda", afirma Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação da FDC (FDC/Divulgação)

O mercado de trabalho brasileiro em transformação

No Brasil, assim como em muitos outros países da América Latina e do Caribe, a principal barreira para a transformação dos negócios é a lacuna de habilidades e lacunas relacionadas a formação básica (em especial, para conhecimentos gerais em matemática, português e inglês, por exemplo).

Dessa forma, o Brasil enfrenta desafios significativos relacionados a essas lacunas, que são considerados a maior barreira para a transformação dos negócios no país até 2030. Nesse cenário, 58% das empresas esperam recrutar funcionários com novas habilidades e 48% planejam transitar funcionários de funções em declínio para funções em crescimento.

Para Hugo Tadeu, o futuro do trabalho, especialmente no Brasil, depende de decisões estratégicas que alinhem tecnologia e desenvolvimento humano.

“Sem um olhar atento para o treinamento e a requalificação, corremos o risco de substituir trabalho humano por máquinas de forma insustentável. O relatório mostra que as empresas hoje preferem demitir e contratar profissionais qualificados, sendo que a solução para o futuro do trabalho está na qualificação da mão de obra para sustentar o crescimento econômico de uma empresa e de uma nação”.

O relatório também alerta para as disparidades globais. Até 2050, espera-se que os países de baixa renda representem 59% da população mundial em idade ativa, o que pode impactar a produtividade global caso não haja investimentos em educação e infraestrutura.

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