(Reprodução/LinkedIn)
Redação Exame
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 14h50.
Antes de a Rivian chegar ao mercado e ser avaliada em mais de US$ 20 bilhões, o CEO RJ Scaringe e seu pai tomaram uma decisão improvável para financiar o início da empresa: ambos recorreram a empréstimos hipotecários.
O gesto, descrito pelo próprio executivo como “financeiramente irracional”, abriu o caminho para que a fabricante de veículos elétricos se transformasse em um dos nomes mais observados do setor.
Agora, com um novo plano aprovado pelo conselho, Scaringe poderá receber até US$ 4,6 bilhões se a empresa cumprir metas ambiciosas, um caso emblemático sobre risco, visão e estrutura de incentivos no coração das finanças corporativas. As informações foram retiradas de CNBC Make It.
Scaringe fundou a Rivian em 2009, um dia após concluir o doutorado em engenharia mecânica no MIT.
Sem investidores dispostos a financiar o projeto de um carro esportivo híbrido, algo que exigiria capital bilionário, ele refinanciou sua casa.
O pai fez o mesmo. O valor não foi divulgado, mas, somado a aportes de amigos e familiares, foi suficiente para contratar os primeiros engenheiros e iniciar o protótipo inicial.
A aposta surgiu em um período de incertezas: sem infraestrutura, sem tecnologia pronta e sem mercado definido.
O risco financeiro assumido pela família Scaringe ilustra o tipo de decisão que, em finanças corporativas, define o rumo de uma companhia antes mesmo de ela existir: alocação de capital extremo em troca de uma possibilidade remota de retorno.
O primeiro modelo desenvolvido, um carro esportivo de quatro lugares, foi abandonado após dois anos. Scaringe avaliou que competir com algo semelhante ao Tesla Roadster não resolveria um problema relevante no setor automotivo.
O reposicionamento o levou às picapes e SUVs elétricos, categorias de alto volume e emissões elevadas.
A mudança abriu portas. Em 2012, a Rivian captou mais de US$ 1 milhão liderados pela Abdul Latif Jameel, seguida por grandes investimentos de Amazon e Ford.
Antes do IPO, a empresa acumulou US$ 10,5 bilhões em aportes, um volume que colocou a Rivian no mapa como uma potencial concorrente de peso.
Hoje, Scaringe detém cerca de 1,4% da companhia. Segundo documento enviado à SEC, o novo pacote de remuneração pode render ao CEO até US$ 4,6 bilhões ao longo da próxima década.
Para isso, a Rivian precisa atingir metas de lucro e de valorização que podem elevar seu valor de mercado em mais de US$ 150 bilhões.
O modelo segue a lógica dos pacotes de incentivos vinculados à performance, comuns em empresas de tecnologia e energia, e comparado ao de Elon Musk na Tesla.
No centro da discussão está um princípio-chave das finanças corporativas: alinhar a remuneração do executivo ao valor gerado para acionistas no longo prazo.
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