Carreira

'Eu me senti mais consciente': como essa diretora redescobriu sua potência executiva

Líder no Great Place to Work, Vanessa enfrentou uma transição de carreira marcada por autoconhecimento

Vanessa Reis, diretora executiva do Great Place to Work

Vanessa Reis, diretora executiva do Great Place to Work

Publicado em 29 de maio de 2025 às 05h00.

Vanessa Reis passou a maior parte da carreira resolvendo problemas logísticos.

Nascida profissionalmente na operação, ela gerenciou por anos a complexidade de cadeias de suprimentos, prazos apertados e equipes multifuncionais.

Mas foi ali, no chão da operação, que ela percebeu algo que a acompanharia por toda a trajetória: as pessoas na base — muitas delas de grupos minorizados — quase nunca tinham acesso ao desenvolvimento profissional.

“Isso sempre me indignou”, diz ela.

Hoje, como diretora executiva do Great Place to Work, Vanessa lidera um dos produtos da organização voltado justamente para diversidade e inclusão.

Mas ao assumir essa nova posição executiva, ela se deparou com algo inesperado: uma série de dúvidas internas que ameaçavam sua confiança.

“Era como se tivesse faltando uma peça. Tinha feito cursos, lido livros, conversado com mentoras. Ainda assim, eu me sentia fragilizada.”

Foi nesse momento que decidiu se inscrever no LEP-W (Leadership Empowerment Program for Women).

A decisão veio após uma conversa com sua mentora, Cláudia Securato. “Ela me ouviu e disse: ‘Você precisa fazer o LEP. Vai te ajudar a entender quem você é nesse momento da carreira.’”

Autoconhecimento como ponto de virada

Vanessa não sabia exatamente o que esperar. Estava em transição, tentando compreender se o caminho que escolheu — de migrar da operação para a liderança de produto com foco em inclusão — era mesmo o certo.

"“Eu precisava embasamento, precisava de um espaço seguro para me questionar.”"

Logo na primeira aula, teve um impacto profundo. A professora Tereza apresentou o teste das âncoras de carreira — uma ferramenta de autoconhecimento que revela os valores mais fundamentais de um profissional.

“Quando terminei de ler meu resultado, fiquei em choque”, diz. Foi a primeira vez que entendeu que aquela cadeira executiva fazia sentido para ela.

Mas o LEP-W foi além. Trouxe não apenas desenvolvimento técnico, mas um convite ao questionamento genuíno: o que você quer fazer com sua liderança?
Entre os módulos mais marcantes, ela cita a aula de Alexandra, sobre gestão das emoções.

“Ela trouxe um olhar totalmente diferente para o impacto emocional que geramos — e sofremos — no dia a dia corporativo. Como o ambiente influencia nossa fisiologia, como podemos regular isso. Foi disruptivo.”

Outro momento forte foi o módulo sobre postura executiva com a professora Simone.

SAIBA MAIS: Conheça o LEP-W e desenvolva uma liderança feminina de sucesso

“Foi aí que percebi que networking não é só adicionar no LinkedIn. É como você se apresenta, como se conecta, como constrói relações genuínas que sustentam sua carreira ao longo do tempo.”

Conexão feminina e espaço seguro

Mais do que as aulas, foi a troca com outras mulheres que completou a experiência. A turma do LEP-W era formada por lideranças em diferentes estágios da carreira — desde as que estavam dando os primeiros passos, como uma engenheira recém-promovida, até executivas experientes de grandes grupos educacionais.

“Essas trocas foram fundamentais. Perceber que, apesar das diferenças de trajetória, existiam dores e desafios comuns ao gênero”, relata. O LEP-W criou um espaço seguro, onde a vulnerabilidade se transformava em potência coletiva.

Vanessa destaca o cuidado da curadoria da turma e o equilíbrio entre aulas presenciais e online como fatores que aprofundaram o vínculo entre as participantes.

"“Você se sente segura para falar, para compartilhar, para se reconhecer nas outras. Isso é raro.”"

Redescoberta de propósito e estratégia

Ao final do curso, Vanessa saiu com mais do que respostas — saiu com novas perguntas.

“O LEP me mostrou que as dúvidas que eu tinha não eram sinais de fragilidade. Eram sinais de que eu estava em transformação.” E que isso é potência, não fraqueza.

A formação também ampliou sua visão de carreira. “Parei de olhar só para o cargo que ocupo. Comecei a enxergar outras possibilidades: minha mentoria, minha atuação como consultora, até fontes de renda alternativas. Comecei a me ver como uma marca pessoal.”

E, acima de tudo, sentiu-se mais preparada. “A liderança é um lugar muito solitário. Quando você é mulher, mais ainda. O LEP-W te entrega estrutura, técnica, conhecimento e conexão para lidar com essa solidão de forma estratégica.”

Vanessa é cuidadosa ao falar sobre empoderamento. Para ela, o termo só tem valor se vier acompanhado de conhecimento e ferramentas reais.

“Não é sobre levantar o braço e dizer ‘estamos empoderadas’. É sobre saber o que é assédio, como prevenir, como reagir. É sobre entender suas emoções, seus limites, suas ambições.”

Com mais de uma década de experiência em gestão de pessoas e projetos, ela acredita que o LEP foi um divisor de águas.

SAIBA MAIS: Conheça o LEP-W e desenvolva uma liderança feminina de sucesso

“A clareza que eu ganhei ali me faz voltar para minha cadeira com mais consciência, mais presença e mais estratégia. E, principalmente, com menos medo de me questionar.”

Hoje, se pudesse aconselhar outras mulheres em momentos de transição ou ascensão, ela diria: “Invista em autoconhecimento técnico. Encontre espaços que te desafiem com profundidade. E nunca subestime o valor de uma sala cheia de mulheres diferentes que querem crescer juntas.”

Vanessa continua sua trajetória no Great Place To Work, agora com uma convicção renovada: o caminho que escolheu — o da diversidade, da inclusão, do desenvolvimento de pessoas — é, sim, o seu lugar.

Mas não é o único. E essa consciência talvez seja seu maior trunfo como líder.

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