Mallory Contois (Imagem: Reprodução/Instagram)
Redatora
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 18h08.
Mallory Contois, 35 anos, é vice-presidente de uma startup de educação online e fundadora de um clube de assinatura voltado exclusivamente para mulheres em cargos de liderança.
Com uma receita anual que ultrapassa os US$ 300 mil, o Old Girls Club surgiu quase por acaso, mas foi por meio de uma gestão financeira estratégica que o projeto ganhou musculatura. As informações foram retiradas de CNBC Make It.
O clube nasceu em janeiro de 2022 como um pequeno grupo formado por mulheres em posições executivas que, como Contois, sentiam falta de um espaço seguro para discutir decisões importantes de negócios.
A criação de um ambiente informal, sem pressão e com trocas genuínas, rapidamente atraiu a atenção de outras profissionais. Em poucos meses, a comunidade já contava com mais de mil participantes.
Hoje, são aproximadamente 2.300 assinantes pagantes, e o clube gera cerca de US$ 28 mil por mês, o que totaliza um faturamento anual estimado em US$ 336 mil.
Apesar de manter um cargo executivo em tempo integral na startup Maven, foi ao perceber o valor da comunidade que Contois decidiu transformar o grupo em um negócio baseado em assinaturas.
O clube passou a cobrar mensalidades a partir de março de 2022: US$ 15 por mês ou US$ 130 por ano, criando uma estrutura de receita previsível que sustenta a operação.
A decisão de monetizar a comunidade não foi apenas uma questão de retorno financeiro, mas de valorização do próprio tempo.
“Eu me sentia hipócrita fazendo todo esse trabalho gratuito, porque muito do que eu defendo é manter limites claros em torno do seu valor”, disse Contois à CNBC.
Esse posicionamento revela uma das bases da boa gestão financeira: reconhecer e precificar corretamente o tempo e o conhecimento investido em uma operação.
Além de remunerar a si mesma, Contois utiliza a receita para manter dois contratados responsáveis pela moderação da comunidade, além de investir em melhorias tecnológicas, como ferramentas de integração e gestão do diretório de membros.
Ela faz questão de manter o negócio 100% independente e com recursos próprios, o que garante controle total sobre a direção do clube.
Do ponto de vista das finanças corporativas, o sucesso do Old Girls Club é um estudo de caso sobre como transformar uma comunidade em um produto com fluxo de caixa sustentável, sem depender de investimentos externos.
A monetização também reforçou o compromisso das integrantes com o grupo. “Foi muito revelador ver quantas pessoas ficaram e pagaram para continuar. Isso mostrou que há valor real aqui, e que isso é importante para as pessoas”, afirmou.
A trajetória de Contois revela uma lição importante para profissionais de qualquer área: entender de finanças corporativas não é um luxo reservado aos departamentos financeiros. É uma habilidade estratégica, capaz de sustentar ideias, transformar comunidades e impulsionar carreiras para novos patamares.
Por isso, a EXAME, em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, lançou o Pré-MBA em Finanças Corporativas — um treinamento criado para quem quer dominar a lógica dos números e utilizá-la como diferencial na trajetória profissional, por R$37,00.