Funcionários da Petrobras aprovam greve em assembleia na base da Petrobrás em Macaé, no RJ (Sindipetro-NF/Divulgação)
Repórter
Publicado em 26 de março de 2025 às 08h31.
Petroleiros de todo o país realizam, nesta quarta-feira, 26, uma greve nacional de advertência contra decisões recentes da atual gestão da Petrobras. A paralisação de 24 horas foi aprovada por 94% dos votantes nas assembleias realizadas entre os dias 15 e 23 de março, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Entre os principais pontos de reivindicação estão a defesa da Remuneração Variável, incluindo a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e a manutenção do regime de teletrabalho, especialmente após o anúncio de que a companhia pretende aumentar a carga presencial de 2 para 3 dias por semana a partir de 7 de abril — sem negociação com os sindicatos.
A mobilização ganhou visibilidade nas redes sociais com relatos como o de Luciana Frontin, funcionária da estatal desde 2008. “Com minha rede de apoio já esgotada, simplesmente não tenho como aumentar meus dias presenciais. Estou no limite. A empresa não está considerando essas necessidades, e as pessoas mais prejudicadas são as mulheres. Mulheres como eu, que sou mãe solo”, afirmou.
Segundo Sérgio Borges, coordenador do Sindipetro-NF, a paralisação é uma resposta direta à condução das negociações pela gestão de Magda Chambriard, presidente da Petrobras. “A empresa quer impor mudanças no teletrabalho sem diálogo e não apresenta disposição em revisar os valores da PLR, mesmo com lucros bilionários”, afirma.
Além da manutenção do trabalho remoto e da remuneração variável, a categoria lista outras demandas históricas, como:
“A greve é um alerta. Queremos retomar a mesa de negociação e construir soluções que contemplem tanto os trabalhadores quanto os objetivos da empresa”, pontua Borges.
Os locais de paralisação serão divulgados ao longo do dia no site da FUP.
Em nota oficial, a Petrobras afirmou ter sido notificada sobre a greve e reforçou que respeita o direito à manifestação dos empregados.
"A Petrobras foi notificada oficialmente pelas entidades sindicais sobre a paralisação agendada para o dia 26 de março.
A empresa respeita o direito de manifestação dos empregados. A Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial. A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. Além disso, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos.
Os ajustes mencionados visam atender os grandes desafios que a companhia tem pela frente, alinhados ao seu Plano Estratégico.
A Petrobras esclarece, ainda, que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia também já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, oriundos de concurso público de nível técnico.
Por fim, convém destacar que a Petrobras possui um programa de remuneração variável que contempla, entre outros itens, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Petrobras negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia".