Conciliar trabalho e estudo virou regra, não exceção, na vida de quem busca um diploma superior no país. (Carol Yepes/Getty Images)
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Publicado em 10 de setembro de 2025 às 20h28.
Sete em cada dez universitários brasileiros trabalham enquanto estudam, segundo dados de 2023 do IBGE, totalizando 4,2 milhões de jovens que dividem o dia entre salas de aula e ambientes de trabalho. Nas faculdades privadas, esse número salta para 72,7%, mostrando que conciliar trabalho e estudo virou regra, não exceção, na vida de quem busca um diploma superior no país.
Essa realidade transforma o dia a dia universitário em uma verdadeira maratona, onde o desafio vai além de simplesmente passar nas provas ou bater metas no trabalho. É preciso fazer malabarismo para manter tudo funcionando sem deixar a saúde mental e física pelo caminho, e ainda preservar algum tempo para família, amigos e aquele episódio da série que está esperando há semanas.
O cansaço físico e mental aparece como vilão número um dessa jornada dupla. Depois de oito horas trabalhando, sentar em uma sala de aula e absorver conteúdo complexo exige uma energia que muitas vezes já se esgotou no expediente, transformando cada aula em uma batalha contra o sono e a dispersão mental.
Além disso, a falta de tempo livre vira um peso na vida de quem tenta equilibrar essas duas demandas. Fins de semana se transformam em momentos de estudo atrasado ou trabalhos extras, enquanto o lazer fica sempre para depois, criando um ciclo de exaustão que pode levar ao famoso burnout, estado de esgotamento físico e mental causado pelo excesso de responsabilidades.
Diante desse cenário quase desesperador, manter a disciplina e o foco é o maior desafio. A tentação de abandonar os estudos ou reduzir o ritmo no trabalho aparece todos os dias, especialmente quando as cobranças se acumulam dos dois lados e parece impossível dar conta de tudo com a qualidade desejada.
Para tentar contornar essa situação, é imprescindível que o estudante tenha uma organização bem planejada, e que leve em conta não só o lado acadêmico e profissional, mas também o pessoal. Confira algumas dicas para atingir esse equilíbrio!
A organização da rotina começa com um cronograma que realmente funcione na prática. Anotar horários fixos de trabalho, aulas, deslocamento e compromissos essenciais ajuda a visualizar o tempo real disponível, evitando a armadilha de planejar mais atividades do que o dia comporta.
Estabelecer o que é urgente e o que pode esperar faz toda diferença no planejamento de rotina. Nem toda tarefa precisa ser perfeita, e entender onde investir mais energia economiza um tempo precioso para outras atividades importantes ou momentos de descanso.
Perder minutos procurando apostilas ou links de aulas pode parecer pouco, mas se acumula ao longo da semana. Manter tudo organizado e acessível, seja físico ou digital, transforma aqueles intervalos curtos em momentos mais produtivos para revisão.
Os aplicativos de organização são aliados para quem precisa aproveitar cada minuto. Ferramentas de agenda, lembretes e bloqueio de distrações ajudam a manter o foco nas tarefas importantes sem desperdiçar tempo com dispersões digitais.
Aquela olhadinha rápida no Instagram que vira meia hora de scrolling infinito é um ladrão silencioso de tempo. Definir horários específicos para redes sociais, usando até timers no próprio celular, libera horas de ouro para atividades mais importantes.
Nem tudo precisa ser feito sozinho. Dividir responsabilidades domésticas com familiares ou colegas de república, pedir ajuda em trabalhos em grupo e aceitar suporte quando oferecido não é sinal de fraqueza, mas de inteligência na gestão do tempo.
Criar um ambiente de estudo livre de interrupções multiplica a produtividade nos estudos. Celular no silencioso, avisar família sobre horários de concentração e escolher locais adequados para cada atividade fazem o tempo disponível render muito mais.
Conhecer o próprio ritmo biológico ajuda a planejar melhor. Se a concentração é maior pela manhã, vale acordar mais cedo para revisar matérias difíceis, deixando tarefas mecânicas para momentos de menor energia mental.
Comunicar a situação de estudar e trabalhar ao mesmo tempo para professores pode abrir portas para flexibilizações ou orientações específicas. Muitos docentes entendem essa realidade e oferecem alternativas para quem demonstra comprometimento.
Modalidades EAD ou semipresenciais se adaptam melhor à rotina corrida, permitindo assistir aulas gravadas em horários alternativos e economizando tempo de deslocamento.
Sacrificar sono para ganhar tempo é tiro no pé. Seis a oito horas de sono de qualidade rendem mais que dez horas estudando com cansaço, além de preservar saúde física e mental para aguentar o ritmo intenso.
Uma rotina saudável inclui momentos de desconexão total. Fins de semana precisam ter espaço para lazer de verdade, seja assistindo séries, praticando hobbies ou simplesmente não fazendo nada produtivo sem culpa.
Exercícios liberam endorfina e melhoram concentração, mesmo que sejam apenas 20 minutos de caminhada. O corpo em movimento ajuda a mente a processar melhor informações e reduz a ansiedade acumulada.
Técnicas como pomodoro, onde se trabalha 25 minutos focado com 5 de pausa, ou batch processing, agrupando tarefas similares, multiplicam a eficiência. São dicas de organização simples que fazem diferença no resultado final.
Criar rituais diários, como sempre revisar matéria no mesmo horário ou preparar materiais na noite anterior, transforma ações em hábitos automáticos, economizando energia mental para decisões mais importantes.
Estabelecer momentos sagrados sem trabalho ou estudo preserva sanidade mental. Jantar sem celular, domingo sem e-mail de trabalho ou uma hora antes de dormir sem telas são pequenos luxos que fazem toda diferença no bem-estar geral.