A Gestão ABC permite que as empresas identifiquem suas principais fontes de custo, otimizando os processos e aumentando a rentabilidade. (Contabilizei/Divulgação)
Publicado em 7 de abril de 2025 às 17h07.
A gestão de custos é um dos pilares fundamentais para a saúde financeira de qualquer empresa. Contudo, identificar e controlar esses custos de maneira eficaz pode ser um grande desafio.
Uma das metodologias mais eficazes para isso é o Custeio Baseado em Atividades (ABC), que oferece uma visão detalhada de onde o dinheiro está sendo gasto e como ele pode ser otimizado.
Ao entender quais são as atividades mais caras e como elas impactam no produto ou serviço final, a empresa pode tomar decisões mais assertivas.
Entenda melhor sobre a técnica e como ele pode ser aplicado de forma prática e o impacto que ele pode ter no controle de custos da sua empresa.
O Custeio Baseado em Atividades (Activity-Based Costing, ou ABC) é uma metodologia de gestão de custos que busca atribuir os custos indiretos de produção de maneira mais precisa, alocando-os nas atividades que realmente os geram.
Diferente do método tradicional de custeio, que distribui os custos gerais de forma uniforme entre os produtos ou serviços, o ABC mapeia cada atividade da empresa e identifica qual recurso (ou conjunto de recursos) cada atividade consome.
O objetivo do ABC é fornecer informações mais detalhadas e precisas sobre o custo real de produção e operação, para que a empresa possa identificar ineficiências e adotar medidas corretivas para reduzir gastos.
A curva ABC segue o princípio de Pareto, que sugere que uma pequena quantidade de itens ou atividades gera a maior parte dos custos ou receitas. A curva divide os itens da seguinte forma:
Classe A: Itens ou atividades que representam a maior parte dos custos ou da receita, geralmente em torno de 80% do total, mas com uma quantidade pequena de itens ou atividades;
Classe B: Itens ou atividades de importância intermediária, que representam uma proporção média dos custos ou da receita;
Classe C: Itens ou atividades que têm o menor impacto no custo total, geralmente representando cerca de 5% dos custos totais.
Com essa classificação, a empresa consegue direcionar esforços para controlar os itens ou atividades da Classe A, que são as mais significativas em termos de custo. Ao focar nas atividades mais impactantes, a gestão pode otimizar recursos e obter grandes ganhos em termos de redução de custos.
Para aplicar a Gestão ABC na empresa, é necessário seguir algumas etapas fundamentais:
Mapeamento das atividades: O primeiro passo é identificar todas as atividades que ocorrem dentro da empresa, desde a produção até o atendimento ao cliente. Cada atividade deve ser analisada em termos de consumo de recursos (tempo, materiais, energia, mão de obra, etc.);
Atribuição de custos às atividades: Em seguida, os custos indiretos devem ser alocados a cada uma dessas atividades. Isso pode incluir custos de administração, manutenção, logística, entre outros, que não são diretamente atribuídos a um produto ou serviço, mas que impactam sua produção;
Classificação das atividades: Após entender o impacto de cada atividade nos custos totais, é hora de classificar as atividades de acordo com a curva ABC, identificando quais são as mais impactantes (Classe A), as intermediárias (Classe B) e as menos relevantes (Classe C);
Análise e otimização: A partir dessa classificação, a empresa pode concentrar esforços na otimização das atividades da Classe A, buscando reduzir ou eliminar desperdícios e ineficiências nessas áreas. Além disso, é possível revisar atividades da Classe B e C, buscando formas de reduzir custos de maneira geral;
Monitoramento e ajustes: A gestão de custos deve ser um processo contínuo. É fundamental monitorar periodicamente os resultados e ajustar as estratégias de custo conforme a evolução das atividades e o cenário do mercado.
Suponha que uma empresa tenha os seguintes custos anuais distribuídos entre 10 atividades de produção:
Atividade | Custo (R$) |
---|---|
A | 200.000 |
B | 150.000 |
C | 100.000 |
D | 50.000 |
E | 25.000 |
F | 15.000 |
G | 10.000 |
H | 5.000 |
I | 3.000 |
J | 2.000 |
O custo total da empresa é R$ 560.000. Agora, classificamos os custos conforme a curva ABC:
Classe A: Atividades A (200.000), B (150.000) e C (100.000) representam 85,7% do total dos custos.
Classe B: Atividades D (50.000), E (25.000) representam 13,6% do total.
Classe C: Atividades F (15.000), G (10.000), H (5.000), I (3.000) e J (2.000) representam apenas 0,7% do total.
Com essa classificação, a empresa sabe que deve priorizar a análise das atividades da Classe A, onde está a maior parte do custo, para melhorar a eficiência e reduzir o desperdício.
Embora a curva ABC seja uma ferramenta poderosa, sua aplicação exige cuidados. Primeiramente, é fundamental que o mapeamento das atividades seja feito de forma precisa, sem deixar lacunas que possam gerar distorções na análise de custos.
Além disso, é importante evitar simplificações excessivas; a classificação das atividades deve ser feita com base em dados concretos, e não em suposições.
Por fim, a curva ABC deve ser parte de um processo de melhoria contínua. Apenas identificar e classificar atividades não é suficiente; é preciso tomar medidas para otimizar essas atividades e monitorar os resultados de forma constante.
A Gestão ABC é uma ferramenta eficaz para empresas que desejam melhorar o controle de custos, aumentar a eficiência operacional e maximizar a rentabilidade.
Ao entender como aplicar a curva ABC e focar nas atividades que realmente impactam os custos, sua empresa pode tomar decisões mais informadas e reduzir desperdícios.
Esse controle mais eficiente dos custos não só ajuda a aumentar a competitividade, mas também contribui para uma gestão financeira mais saudável e sustentável no longo prazo.