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Repórter
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 11h44.
Última atualização em 12 de setembro de 2025 às 11h46.
A Inteligência Artificial já entrou no dia a dia das empresas, mas nem sempre de forma leve. Uma pesquisa global do LinkedIn revela que 46% dos brasileiros consideram o aprendizado sobre IA equivalente a assumir um segundo emprego, sinalizando o custo emocional da adaptação em meio às mudanças aceleradas no mercado de trabalho.
O levantamento, realizado em 14 países, mostra que o Brasil vive um paradoxo: ao mesmo tempo em que sente os efeitos da sobrecarga, lidera em entusiasmo e confiança no potencial da tecnologia: 83% dos profissionais acreditam que a IA pode melhorar sua rotina de trabalho, o maior índice entre todos os países pesquisados.
Apesar da confiança, a pressão é real. Quase metade (45%) dos trabalhadores afirma se sentir desconectada do trabalho devido às constantes mudanças, e 60% dizem que seus gestores esperam mais deles do que nunca. Além disso, 64% relatam ouvir com frequência sobre a importância da IA, mas não o suficiente sobre as habilidades humanas que continuam sendo essenciais.
“Os brasileiros estão prontos para abraçar o futuro do trabalho com protagonismo. Existe não só entusiasmo, mas também uma aplicação concreta das tecnologias de Inteligência Artificial no dia a dia”, afirma Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para o Brasil. “A combinação de curiosidade, adaptabilidade e abertura para o novo coloca o Brasil em uma posição única para liderar essa transformação, especialmente em um cenário global onde confiança e preparo tecnológico são ativos estratégicos.”
O LinkedIn também observou reflexos no comportamento online: postagens sobre sobrecarga e adaptação a mudanças cresceram 108% no Brasil no último ano, enquanto publicações gerais sobre IA subiram 29%.
Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para o Brasil: “É preciso apoiar, orientar e criar ambientes acolhedores para que o entusiasmo pela IA não se transforme em exaustão” (Vivian Koblinsky/Divulgação)
O estudo também indica que a tecnologia já começa a redefinir perspectivas de carreira: 74% dos brasileiros afirmam usar IA com mais frequência e confiança do que há um ano, e 56% acreditam que dominar a tecnologia será essencial para promoções ou novas oportunidades.
Para muitos, a mudança é tão profunda que 68% afirmam ter considerado novos caminhos profissionais, como o empreendedorismo, por conta da IA.
Mesmo diante das pressões, a pesquisa sugere que o Brasil está mais preparado do que outros países para equilibrar inovação e bem-estar.
“Mais do que adotar ferramentas, o futuro do trabalho no Brasil exige que empresas e profissionais entendam que a transição precisa ser humana. É preciso apoiar, orientar e criar ambientes acolhedores para que o entusiasmo pela IA não se transforme em exaustão”, afirma Beck.
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