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Mulher vira diretora da Poli-USP pela 1ª vez na história

Ao longo de 124 anos de história, a Politécnica só foi chefiada por homens. No Dia Internacional da Mulher, a instituição anunciou uma mudança histórica

Liedi Bernucci, primeira mulher que se tornará diretora da Poli-USP (Assessoria de Comunicação/Poli-SP/Divulgação)

Liedi Bernucci, primeira mulher que se tornará diretora da Poli-USP (Assessoria de Comunicação/Poli-SP/Divulgação)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 8 de março de 2018 às 11h40.

Última atualização em 8 de março de 2018 às 13h50.

São Paulo — A Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) anunciou que terá uma mulher no cargo de diretoria pela primeira vez em toda a sua história. A tradicional escola de engenharia foi chefiada por homens durante 124 anos.

A nova diretora da instituição será Liedi Légi Bariani Bernucci, professora do Departamento de Engenharia de Transportes (PTR), que ocupava a vice-diretoria da Poli desde 2014.O novo vice-diretor será Reinaldo Giudici, professor do Departamento de Engenharia Química (PQI). 

A homologação da chapa pelo reitor da universidade será feita nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da MulherSegundo nota oficial da Poli, Bernucci e Giudici foram eleitos nesta quarta-feira (7) com 200 votos de 217 votos válidos.

A professora se formou em engenharia civil na USP  em 1981 e concluiu seu mestrado em engenharia geotécnica na mesma instituição em 1987.

Entre 1984 e 1986, desenvolveu parte de sua pesquisa no ETHZ (Institut Fuer Grundbau und Bodenmechanik - Eidgenoessische Technische Hochschule Zürich), na Suíça, onde também fez um doutorado-sanduíche.

Após chefiar o departamento de engenharia de transportes, Bernucci assumiu a docência na Poli em 1986 e também foi a primeira mulher a ocupar a vice-diretoria da instituição. Desde 1995, também é coordenadora do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação (LTP).

Sua vida em uma instituição conhecida pela predominância dos homens não foi livre de machismo. Em entrevista à "Folha de S. Paulo", Bernucci conta que, quando era estudante, ouviu de um professor da Poli que “mulher não deveria entrar na engenharia, porque o que elas querem é casar e acabam roubando a vaga de um homem”.

Quando a engenheira entrou na universidade, as mulheres eram apenas 5% dos alunos de graduação; hoje são 20%. “Sei que parece pouco, mas não é", diz à Folha "Tenho muito orgulho desse número".

 

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