Alba Eiras de França, diretora de pessoas e comunicação da Lundbeck Brasil: ‘É um dia para os funcionários olhar para si e recarregar as energias’ (Lundbeck Brasil/Divulgação)
Repórter
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 06h10.
Última atualização em 10 de outubro de 2025 às 10h16.
“No Dia Mundial da Saúde Mental a gente para. É um dia para os funcionários olhar para si, se cuidar e recarregar as energias”, afirma Alba Eiras de França, diretora de pessoas e comunicação da Lundbeck Brasil.
Toda vez que o dia 10 de outubro cai em um dia da semana, a Lundbeck Brasil, farmacêutica dinamarquesa especializada em saúde do cérebro, adotou a prática rara no mercado de parar completamente suas atividades e concedeu folga a todos os 125 funcionários que trabalham na sede no Rio de Janeiro.
A medida, segundo França, tem relação direta com o propósito da organização, que produz na Dinamarca e distribui por todo o Brasil medicamentos controlados para tratamentos de saúde mental, como ansiedade e depressão.
“Somos uma empresa de saúde mental. Faz todo o sentido criar um espaço para que cada colaborador possa cuidar de si, recarregar as energias e olhar para as próprias necessidades. É uma forma de coerência entre o que pregamos e o que vivemos internamente”, afirma.
Com sede na Dinamarca, a Lundbeck está presente em 50 países e no Brasil chegou em 2000 apostando em benefícios que vão além dos tradicionais VR e VA. Entre eles estão programas de apoio psicológico, jurídico e financeiro, políticas de idiomas, subsídio em academias, frutas frescas no escritório, shiatsu, nutricionista disponível, ‘Short Friday’ além de práticas de reconhecimento e celebração que reforçam o chamado “salário emocional”.
Para Alba, o cuidado com a saúde mental é um pilar estratégico da cultura da empresa.
“O resultado vem porque as pessoas estão envolvidas e comprometidas. Quando a organização demonstra esse cuidado, o engajamento cresce naturalmente”.
No final, o que a Lundbeck menos quer é que seus funcionários virem seus clientes.
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O Dia Mundial da Saúde Mental foi instituído em 10 de outubro de 1992 pela World Federation of Mental Health. Desde então, a data ganhou relevância global, mobilizando governos, organizações e empresas em torno da necessidade de cuidar da saúde mental da população.
Quando o assunto é burnout, o Brasil está em segundo lugar e só perde para o Japão, de acordo com o estudo divulgado no último ano pela International Stress Management Association.
Neste ano, a 7ª edição da Pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life em parceria com a Robert Half, mostra que o número de brasileiros que consomem psicofármacos mais que dobrou em um ano. Entre os líderes, o uso de psicofármacos saltou de 18% em 2024 para 52% em 2025. Entre os liderados, o avanço foi ainda maior, passando de 21% para 59% no mesmo período.