Carreira

Qual é o seu plano de carreira? Veja como a linha do tempo pode alavancar ou estagnar o profissional

Após 10 anos, mentora explica que o profissional perde o interesse em se aprimorar no mercado de trabalho, e é aí que mora o perigo

A linha do tempo na carreira é uma mensuração que é feita para saber de onde viemos, onde estamos e onde desejamos chegar durante a nossa trajetória profissional (rudall30/Getty Images)

A linha do tempo na carreira é uma mensuração que é feita para saber de onde viemos, onde estamos e onde desejamos chegar durante a nossa trajetória profissional (rudall30/Getty Images)

Publicado em 9 de maio de 2024 às 06h30.

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O que você quer ser no médio e longo prazo? Essa pergunta é muito comum nas entrevistas de emprego e muita gente pode ficar na dúvida no que responder, afinal, a pessoa está sendo avaliada e qualquer resposta pode impactar na contratação. Segundo Leila Arruda, mentora de carreiras há mais de 10 anos, o ideal é ser honesto e responder com firmeza e clareza.

“O profissional não deve ficar com receio de expor sua meta, mesmo que seja de alcançar cadeiras de posições mais elevada. Ao tomar essa atitude, a pessoa demonstrará firmeza e, geralmente, as empresas buscam pessoas com esse tipo de postura para assumir futuras posições de liderança”, afirma Arruda que é especialista em treinamentos voltados à gestão e ao desenvolvimento de novos líderes.

Quando a linha do tempo pode estagnar a carreira?

A linha do tempo na carreira é uma mensuração que é feita para saber de onde viemos, onde estamos e onde desejamos chegar durante a nossa trajetória profissional, mas segundo Arruda as expectativas vão perdendo forças após 10 anos de carreira.

“No período dos primeiros 10 anos é quando acontece a formação acadêmica na área de interesse. De posse do diploma, o cargo muda e a posição assumida já é de auxiliar, a qual oferece melhor remuneração”, diz.

Após esses primeiros 10 anos, a mentora explica que dificilmente as pessoas continuam estudando para que esse aumento continue. “O normal é as pessoas ficarem acomodadas nos cargos de especialistas e analistas e não irem atrás de crescimento profissional, o que reflete na falta de aumento salarial nos anos seguintes.”

O conceito da "Curva de Experiência de Becker", exemplifica bem esse movimento no mercado, mostrando que enquanto os trabalhadores acumulam experiência em uma área específica, sua produtividade aumenta, o que leva a um aumento gradual em seus primeiros salários, e após seus primeiros anos geralmente há uma estagnação sendo refletida na falta de aumento salarial.

Como avançar na carreira?

Para não ser um profissional estagnado, Arruda afirma que o aprendizado contínuo é essencial, chamado de life long learning.

“Esse aprimoramento pode ser um curso de pós-graduação, curso de línguas ou liderança, vale o que mais for agregar conhecimentos e esteja alinhado com os objetivos profissionais da pessoa.”

O comodismo, segundo a executiva, pode levar a um erro que muitas pessoas cometem: espera estar na posição almejada para começar a desenvolver comportamentos e competências que o cargo exige.

“O ideal é se aprimorar antes de se estar no cargo e não esperar ser promovido para tomar essa atitude. Por isso é importante que o profissional se atente às exigências do cargo almejando e se mova para adquirir essas habilidades”, afirma Arruda.

A linha do tempo mudou com as gerações

A noção do tempo e da espera mudou com a nova geração que é conectada e acostumada com o ritmo da internet, com serviços rápidos como Uber e ifood. Com este cenário, a mentora reforça que a linha do tempo é vista por profissionais, principalmente os nascidos entre 1990 e 2010, de forma diferente.

“Esses profissionais costumam ser mais acelerados na carreira e querem ganhar salários mais altos em menos tempo”, diz. “Por outro lado, muitos evitam os cargos de gestão por conta do estresse e acreditam que sua qualidade de vida será afetada por ter menos tempo disponível na vida pessoal”.

A geração Z se destaca neste ambiente, uma vez que tem mais facilidade em lidar com a agilidade da informação e da tecnologia e exige por um ambiente de trabalho mais saudável.

“Para eles, essa crescente salarial rápida é algo normalizado por conta dessa velocidade que se tem no dia a dia, o que traz a sensação de que na carreira o ajuste salarial virá no mesmo ritmo. Por esse motivo muitos não têm paciência de esperar serem promovidos e trocam constantemente de emprego na esperança de alcançar esse avanço salarial mais rápido, sem se apegarem às empresas”.

Independente da geração, por ser uma parte estratégica da carreira, refletir sobre a linha do tempo é muito importante para quem deseja alcançar o sucesso profissional, afinal como bem disse o filósofo Sêneca, “se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável.”

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