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‘Queremos preparar e reter talentos’: mentoria no centro do RH da Pierre Fabre

Na Pierre Fabre, o RH liderado por Renata Sigilião prioriza a escuta ativa e o crescimento sustentável

Renata Sigilião, Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre

Renata Sigilião, Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre

Publicado em 1 de julho de 2025 às 10h50.

“Não adianta criar um programa se ele não cabe na agenda das pessoas”.

Renata Sigilião, é Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre, um grupo farmacêutico multinacional francês, que no Brasil atua no segmento de dermocosméticos.

A empresa desenvolve e comercializa produtos de três importantes marcas: as francesas Avène e Ducray e a brasileira Darrow Laboratório.

Renata também atua como membro do Clube CHRO da EXAME e Saint Paul, uma comunidade que reúne os maiores chefes do setor de recursos humanos do Brasil.

Ela lembra com clareza de uma conversa marcante em seus primeiros meses como líder de RH na Pierre Fabre.

Um colaborador, ao ser convidado para participar de um novo programa de desenvolvimento, respondeu com sinceridade: “Parece ótimo, mas eu não tenho tempo.”
Aquela frase não foi encarada como resistência, mas como ponto de partida.

“Se quiséssemos realmente criar uma cultura de desenvolvimento, ela precisava ser viável no dia a dia das pessoas”, afirma Renata.

A resposta, para ela, não era insistir em treinamentos pontuais, mas criar algo que fluísse com a rotina.

Assim nasceu a ideia de um programa de mentoria estruturado, contínuo e acompanhado de perto pelo time de RH.

RH com propósito: escuta ativa e plano de sucessão

Renata sempre teve o desenvolvimento humano como norte.

“O que faz as pessoas crescerem nas organizações?”

Essa foi a pergunta que impulsionou sua trajetória no RH e hoje guia sua atuação na Pierre Fabre. O foco está em ampliar oportunidades internas e garantir que o crescimento profissional seja acessível a todos.

Mentoria como ferramenta de transformação

O programa de mentoria da Pierre Fabre vai além do aprendizado técnico: desenvolve também habilidades de liderança — nos mentorados e nos mentores.

“A grande vantagem da mentoria é que ela promove desenvolvimento de diferentes formas', explica.

"O mentorado aprende com quem tem mais experiência. Mas o mentor também cresce, porque precisa inspirar, criar vínculo, ser exemplo — sem ter uma relação hierárquica com a outra pessoa"Renata Sigilião, Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre

A estrutura é composta por três pilares:

  • Mentoria técnica
  • Mentoria com líderes da média gestão
  • Mentoria entre o comitê executivo e líderes intermediários

Dessa forma, o programa contempla a organização como um todo, promovendo um processo democrático e coletivo.

Para garantir resultados concretos, a cultura é construída com consistência. A metodologia é clara, compartilhada com os participantes e acompanhada com checkpoints ao longo dos seis meses de ciclo.

Renata Sigilião, Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre

Renata Sigilião, Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre

“Temos um time de RH que acompanha de perto, que escuta, que mede. Isso garante que o programa tenha ritmo, voz única e espaço para melhorias contínuas.”

Expansão internacional e impacto interno

A segunda turma do programa já está em planejamento e incluirá inovações, como uma ferramenta digital para conectar mentores e mentorados de diferentes países.

"Isso vai permitir, por exemplo, que alguém no Brasil escolha ser mentorado por alguém do México — ou o contrário"Renata Sigilião, Country HR Director nos Laboratórios Pierre Fabre

A experiência brasileira foi tão bem-sucedida que será expandida para outros países das Américas.

A cultura de desenvolvimento da Pierre Fabre é reforçada pelos números: quase 70% dos líderes da Pierre Fabre no Brasil vieram de movimentações internas, incluindo três membros do comitê executivo.

“É desafiador fazer programas como esse em um contexto de tantas transformações. Mas mostra que estamos conseguindo preparar e reter talentos”, afirma Renata.

Para ela, o segredo está na escuta e na relevância.

“Sem desejo, não há adesão.” O programa precisa resolver uma dor real, ter formato viável e gerar vontade de participar.

“O RH precisa sair do papel de executor e assumir o papel de facilitador de crescimento — individual e coletivo. A missão da Pierre Fabre é encontrar novas formas de cuidar. E eu vejo o programa de mentoria como uma dessas formas.”

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