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A Geração Z e o futuro dos relógios de luxo nos EUA

Especialistas afirmam que 'tarifaço' de Donald Trump pode afetar mercado de influência e apelo dos jovens em itens de luxo

Rolex: tarifaço de Donald Trump pode afetar diretamente marca de luxo suíça e impactar consumidores norte-americanos. (Rolex/Divulgação)

Rolex: tarifaço de Donald Trump pode afetar diretamente marca de luxo suíça e impactar consumidores norte-americanos. (Rolex/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 16h56.

A Geração Z se tornou um público importante de relógios de luxo suíços, atraída pelo status e pelo “capital social” que marcas como Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet podem oferecer. Pelo menos é o que mostra pesquisa recente realizada pela Watchfinder & Co, empresa especializada na compra e venda de relógios de luxo usados.

O levantamento mostra que 41% dos jovens — entre 16 e 26 anos — compraram pelo menos um acessório do tipo recentemente. 

No entanto, segundo reportagem da revista Fortune, a recente tarifa de 39% aplicada por Donald Trump sobre produtos suíços virou uma ameaça e pode tornar esses itens menos acessíveis, alterando os hábitos de consumo dos jovens norte-americanos.

Especialistas alertaram que, embora os relógios de alto custo ainda mantenham o apelo, os consumidores mais sensíveis ao aumento dos preços podem recorrer a outras alternativas — incluindo relógios de segunda mão ou compras fora do país.

Tarifa de 39% e o aumento de preços

A tarifa afeta diretamente o custo de importação e pode elevar os preços do varejo em 12% a 14%. Marcus Altenburg, sócio da firma suíça Goldblum & Partners, explicou à Fortune que “não é realista que as empresas absorvam a tarifa, o que significa que os preços nos EUA subirão drasticamente”.

Analistas alertam que a combinação de preços altos, estoque limitado e 'tarifaço' pode diminuir ainda mais o entusiasmo da Gen Z pelo mercado. Anish Bhatt, um influenciador especializado em relógios de luxo com 1,6 milhão de seguidores no Instagram, observou que mesmo com a obsessão pelo status social, a realidade econômica pode reduzir compras de marcas de primeira mão e direcionar a preferência a produtos usados.

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Já Joshua Ganjei, CEO da European Watch Company, revelou os motivos pelos quais o mercado de relógios de segunda mão passa a ser a opção mais viável: disponível, sem burocracia e com preços mais acessíveis.

Para a indústria suíça, a consequência vai além das vendas: a menor demanda entre os consumidores pode influenciar diretamente os empregos do país, além das cadeias de suprimento e estratégias de marketing que passaram a serem voltadas aos jovens.

Segundo a Fortune, a obsessão da Gen Z pelos acessórios pode não desaparecer completamente, mas a forma como eles consomem essas peças está prestes a mudar.

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