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Após 20 anos, Foo Fighters tenta se reinventar

Concebido como um projeto colaborativo, o novo álbum da banda não é nada convencional


	Dave Grohl, cantor da banda de rock Foo Fighters: o projeto também foi transformado em um documentário
 (Jason Merritt/Getty Images)

Dave Grohl, cantor da banda de rock Foo Fighters: o projeto também foi transformado em um documentário (Jason Merritt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 11h38.

Londres - 2014 é o ano em que Dave Grohl e sua banda Foo Fighters apagam as velinhas de 20 anos de história. Após 25 milhões de álbuns vendidos desde 1995, o grupo, que fará quatro apresentações no Brasil em janeiro de 2015, passa por uma crise existencial que poderia ser chamada de meia-idade. A pergunta é: como se manter revigorado depois de tantos anos de carreira?

A resposta é uma busca incessante por inspiração pelos quatro cantos da América. A busca ganhou o nome de Sonic Highways e virá em forma de álbum e documentário (transmitido pela HBO) apresentado pelo vocalista Dave Grohl.

Concebido como um projeto colaborativo, o novo álbum do Foo Fighters não é nada convencional. Com apenas oito músicas, a ideia é refletir os diferentes estilos musicais da América.

O Estado conversou com o guitarrista Pat Smear, em Londres. "Foi como fazer qualquer outro álbum, mas a diferença é que estávamos em várias cidades", diz o ex-guitarrista do Nirvana, de 55 anos. A banda passou por cidades como Seattle, Chicago, Washington, Los Angeles e Nova York.

"O mais louco foi não ter as letras das músicas até o último dia de gravações", explica Smear. "Os vocais geralmente são parte importante de uma canção. A ideia era que o estúdio e cada cidade influenciasse no processo de criação das músicas.

Enquanto isso, Dave fazia entrevistas com músicos de cada cidade em busca de inspiração", explica. "Toda sexta-feira à noite, Dave Grohl tinha que escrever uma canção diferente, pois iríamos gravar o video clipe no dia seguinte", diz ele elogiando o colega e líder da banda. "Apesar desse jeitão informal, Dave é tão bom no que faz", defende Smears. "Quando ele apareceu com essa ideia maluca, eu aceitei na hora. Não tive dúvida.".

O álbum e o documentário farão um raio-x do cenário musical americano, mas o guitarrista defende que a ideia original era rodar o mundo todo. "Achamos que seria muito difícil levar todo o equipamento e o pessoal. Mas penso que alguma banda deveria ainda tentar fazer isso", incentivou.

Com Sonic Highways, Smear explica: "Nós queríamos fazer algo diferente para tentar manter nosso som interessante para os fãs". O americano defende que Dave Grohl tenta manter os projetos da banda como novas aventuras. Queremos fazer projetos que parecem impossíveis. É a aventura do desconhecido", afirma. A banda acaba de anunciar uma temporada de shows no Brasil para janeiro. "O Brasil já é parte fixa de todas as nossas turnês", disse Smear, elogiando os fãs brasileiros.

Foo Fighters é uma das bandas bem sucedidas remanescentes de uma época dourada da indústria fonográfica.

Com o lançamento do novo álbum do U2, Songs of Innocence, pelo iTunes, serviços de streaming e acordos milionários que reinam na indústria fonográfica atual, Smear rebate e diz não concordar que o universo musical esteja tão diferente assim do usual.

"No passado, música também era de graça, mas na rádio. Quando eles lançaram o novo disco do Yes, por exemplo, as rádios transmitiram o álbum inteiro. Eu lembro de gravar no cassete direto da rádio e trocar com os amigos", afirma.

"Era assim que eu me tornava fã das bandas, tendo a música de graça", defende o músico que diz que ainda compra CDs físicos nas lojas. O novo trabalho do Foo Fighters, Sonic Highways, começa a ser vendido no dia 10 de novembro.

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