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A América Latina no divã

A América Latina não vive um momento alvissareiro. Retração econômica de 0,6%; crise política e carência de produtos básicos na Venezuela; impeachment e escândalos de corrupção no Brasil; esfacelamento do acordo de paz com as Farc na Colômbia; possibilidade de ruptura entre México e Estados Unidos após a eleição de Donald Trump. E por aí […]

MARIO VARGAS LLOSA: escritor peruano vai abrir a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, neste sábado / Ralf Juergens/Getty Images (Ralf Juergens/Getty Images)

MARIO VARGAS LLOSA: escritor peruano vai abrir a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, neste sábado / Ralf Juergens/Getty Images (Ralf Juergens/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 19h09.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h13.

A América Latina não vive um momento alvissareiro. Retração econômica de 0,6%; crise política e carência de produtos básicos na Venezuela; impeachment e escândalos de corrupção no Brasil; esfacelamento do acordo de paz com as Farc na Colômbia; possibilidade de ruptura entre México e Estados Unidos após a eleição de Donald Trump. E por aí vai.

É em meio a esse amargo e já conhecido cenário que escritores, sociólogos, filósofos, artistas e amantes da literatura se reúnem no México para a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, a segunda maior do mundo, atrás de Frankfurt.

Mais de 2.000 editoras de 44 países vão participar da feira. Nesta edição, a 30a, a intenção dos organizadores é celebrar a diversidade latina, valorizando a vanguarda e a tradição das expressões artísticas da região. Mas são os temas políticos que vão tomar conta das discussões – e as obras de destaque na feira dizem muito sobre o teor que vai permear o evento.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, nobel de Literatura, é o responsável pela cerimônia de abertura, neste sábado. Uma das obras de destaque da feira será Cinco Esquinas, lançado em março e que faz uma sátira à era Fujimori no Peru, marcada por abusos políticos e pela nefasta atuação da imprensa financiada pelo regime. Este ano, a filha do ditador, Keiko Fujimori, disputou a presidência, mas foi derrotada nas urnas.

Outro livro que terá destaque na feira é Aquiles: o guerrilheiro e o assassino, do renomado autor mexicano Carlos Fuentes, publicada postumamente este ano. O livro é um ensaio sobre a vida de Carlos Pizarro, um dos líderes da guerrilha colombiana M-19, que surgiu após o golpe eleitoral de 1970. O grupo foi desarticulado após um acordo de paz com o governo, em 1990. O enredo se repete na Colômbia, e a literatura, mais uma vez, dá munição para discutir problemáticas aparentemente insolúveis. É a vida, mais uma vez, imitando a arte.

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