Young woman spending day outside in residential area in city. Part of a series with video (Getty Images/Getty Images)
Redatora
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 17h09.
A athleisure wear, tendência que valoriza o conforto das roupas esportivas fora dos ambientes de práticas físicas, vem se destacando nos últimos anos e alavancando looks do dia a dia para eventos de lazer e momentos corporativos. Até 2034, o mercado global de athleisure deve atingir mais de R$ 5 trilhões, com CAGR de 9,2% de 2025 a 2034, segundo relatório da Polaris Market Research.
A demanda brasileira por calças de yoga, macacões, bermudas ciclistas e mais peças de moda esportiva gerou faturamento de US$ 4,28 bilhões em 2024, conforme dados do Relatório de Mercado de Roupas Esportivas, do IMARC Group. As mulheres dominam entre os consumidores, seguidas por homens e crianças, segundo o relatório da Polaris.
O mercado de roupas esportivas já mostrava força em países como os Estados Unidos e Canadá. No entanto, se consolidou no Brasil após a pandemia de Covid-19, sendo impulsionado pelo aumento na busca por melhor estilo de vida e bons hábitos, além do fortalecimento dos e-commerces do segmento. O atraso do estilo no Brasil é justificado pelo alto custo de peças de qualidade.
Se antes sair para encontros casuais com roupa de esporte era evitado, hoje a regra mudou. Em 2020, um levantamento realizado pelo IBOPE e encomendado pela Bayer apontou que 84% dos brasileiros buscavam uma rotina de autocuidado. Na prática, a tendência também tem o papel de classificar quem gosta de fazer exercícios físicos e prioriza as práticas de bem-estar na rotina.
A praticidade do estilo athleisure também é um dos pontos mais vantajosos em discussões sobre moda e estilo de vida. Com a mesclagem de peças despojadas e esportivas, relatos pontuam que as chances de faltar ao compromisso com as atividades físicas diminuem. Isso porque, em uma rotina atarefada, as peças trazem mais flexibilidade em idas às academias antes ou após compromissos como ir ao mercado, fazer uma reunião ou encontrar amigos. Treinos em casa também ganham com a tendência: as roupas estilosas dão um incentivo especial, como um pré-treino para quem tem dificuldades em movimentar o corpo.
O sucesso iminente conquistou as marcas de luxo. Das esteiras às passarelas em semanas de moda, as roupas esportivas se tornaram destaque de grifes como Gucci (que fez colaborações com Adidas e The North Face), Balenciaga, Louis Vuitton, Dior e Prada, com peças que chegam a custar mais de R$ 10 mil.
Mesmo com grandes nomes da moda fisgando elites mundo afora, as dominantes do segmento seguem sendo Adidas, Nike e Decathlon, que promovem o estilo de vida desde suas criações, mas se ajustaram com roupas mais despojadas e descontraídas — peças recortadas e com estampas se tornaram apostas das marcas.
No meio-termo da balança econômica, marcas como Alo Yoga, tendência entre famosos, Track&Field e Live! abraçam os públicos de classe média alta. Com a demanda de atender a todas as rendas, marcas de fast fashion, como a Shein, oferecem peças com valores que cabem no bolso, seja das corta-ventos ou das bermudas.