Jogos Olímpicos de Inverno: de 6 a 22 de fevereiro de 2026, em Milão e Cortina d'Ampezzo ( MARCO BERTORELLO/AFP /Getty Images)
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Publicado em 9 de outubro de 2025 às 06h54.
A Itália se prepara para receber a próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem de 6 a 22 de fevereiro de 2026, em Milão e Cortina d'Ampezzo. Vinte anos após sediar os Jogos de Turim, o país organiza, pela primeira vez, uma edição dividida entre duas cidades, duas regiões — Lombardia e Veneto — e duas províncias autônomas, Bolzano e Trento.
Desde o anúncio, em 2019, o país investe em infraestruturas sustentáveis. Na prática, a reutilização de instalações existentes — que representam cerca de 90% das estruturas da próxima edição — ajuda a reduzir o impacto ambiental de novas construções. O orçamento operacional para obras e modernizações é estimado em US$ 1,9 bilhão.
A preparação também contempla os Jogos Paralímpicos de Inverno, que serão realizados de 6 a 15 de março de 2026, com eventos distribuídos entre a metrópole de Milão e as montanhas dos Alpes italianos.
Localizados no norte do paíss e fazendo fronteira com Áustria, França e Suíça, os Alpes italianos reúnem paisagens de montanha que serão palco da maior parte das competições. As regiões de Anterselva, Bormio, Livigno, Predazzo e Tesero receberão as provas de esqui e snowboard.
Com disputas distribuídas em diferentes localidades, os Jogos de 2026 terão a maior extensão geográfica da história, cobrindo uma área de 22 mil quilômetros quadrados.
Símbolo da tradição olímpica desde Berlim 1936, o revezamento da Tocha Olímpica percorrerá 12 mil quilômetros em 63 dias, entre 6 de dezembro de 2025 e 6 de fevereiro de 2026. Mais de 10 mil portadores deverão conduzir o fogo olímpico por 110 províncias em cerca de 20 regiões italianas.
Após o fim dos Jogos, a tocha fará um novo percurso, de 24 de fevereiro a 6 de março, com 501 condutores, para a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos.
As Vilas Olímpicas, que abrigarão os atletas, serão construídas em Cortina, Bormio, Livigno, Milão e Predazzo. Os projetos, assinados pelo escritório Skidmore, Owings & Merrill (SOM), incluem seis novos edifícios residenciais e duas estruturas históricas restauradas.
Após o evento, as instalações serão convertidas em moradias estudantis. As construções seguem o padrão Nearly Zero Energy Building (NZEB) e utilizam madeira maciça, painéis solares, jardins verticais e reuso de água da chuva, com previsão de gerar 30% da energia consumida localmente.
Após cinco anos de preparação, a Itália contará com cerca de 15 centros esportivos distribuídos entre as cidades-sede.
Em Milão, o destaque é a Arena Santa Giulia, projetada pelo escritório David Chipperfield Architects, de Berlim, em parceria com a Arup. Com capacidade para 16 mil visitantes, é o único espaço metropolitano construído do zero para o evento e sediará as competições de hóquei no gelo — incluindo as paralímpicas.
O Estádio San Siro, casa dos times de futebol Milan e do Inter de Milão, está em processo de modernização e receberá a cerimônia de abertura. Outros locais, como o Fiera Milano Rho Ice Park, a Milano Santagiulia Ice Hockey Arena e a Milano Ice Skating Arena, também passam por restaurações.
Em Cortina d’Ampezzo acontecerão as disputas de bobsleigh, curling, skeleton, esqui alpino e luge, além das modalidades paralímpicas de esqui alpino, snowboard e curling em cadeira de rodas.
A Arena de Verona, anfiteatro romano construído em 30 d.C., será o cenário da cerimônia de encerramento. Na região do Veneto, o Museu Castelvecchio, restaurado por Carlo Scarpa, e o Cortina Sliding Centre, reconstrução da pista Eugenio Monti usada em Melbourne, em 1956, também farão parte dos eventos.
Outros centros esportivos incluem:
Anterselva Biathlon Arena: sede dos eventos de biatlo;
Bormio Stelvio Ski Center: palco do esqui alpino masculino e ski mountaineering;
Livigno Aerials and Moguls Park: local das provas de esqui freestyle;
Livigno Snow Park: sede das modalidades de snowboard e freestyle skiing (big air, slopestyle, halfpipe e ski cross);
Tesero Cross-Country Skiing Stadium: palco do cross-country skiing, combinado nórdico, biatlo e cross-country paralímpico;
Predazzo Ski Jumping Stadium: sede das provas de salto de esqui e combinação nórdica.
Com foco em inovação, sustentabilidade e legado urbano, os Jogos Olímpicos de Inverno Milano Cortina 2026 prometem superar a edição de 2022, em Pequim, que alcançou mais de 2 bilhões de espectadores em todo o mundo.