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Conheça os detalhes da nova fábrica de joias da Bvlgari inaugurada na Lombardia

Com 33.000 m² de área e o título de maior fábrica de joias do mundo, o complexo absorve funções da empresa antes terceirizadas e, sobretudo, abriga, sob o mesmo teto, tradição, tecnologia, sustentabilidade e conhecimento

Fábrica de joias da Bvlgari, na Itália.  (Divulgação/Divulgação)

Fábrica de joias da Bvlgari, na Itália. (Divulgação/Divulgação)

Camila Lima
Camila Lima

Jornalista

Publicado em 24 de abril de 2025 às 18h45.

Última atualização em 24 de abril de 2025 às 19h10.

VALENZA, ITÁLIA - Era uma vez uma estrada estreita e curvilínea, com cara de paisagem de quadro antigo, cercada por vales esverdeados, vinhedos e casas de campo do século 19. No fim deste caminho existia um complexo industrial de última geração, com contornos de filme de ficção científica. Formado por uma ampla estrutura de metal acobreada, paredes de vidro, telhados cobertos por incontáveis placas solares. E uma legião de funcionários vestindo aventais brancos impecáveis e óculos de acrílico transparente. Visitar a nova fábrica da Bvlgari em Valenza, cidade italiana localizada a pouco mais de 100 km ao sul de Milão, é viajar no tempo. E compreender que o passado e futuro podem viver em perfeita harmonia sob o mesmo teto.

Aberto oficialmente na segunda quinzena de abril, o lugar, que ganhou o nome de Manifattura, está ancorado à Cascina dell'Orefice. Uma casa onde, em 1860, foi instalada a primeira oficina de uma região que se tornaria famosa por sua tradição em ourivesaria. A construção, por sinal, permanece com sua estrutura externa praticamente intacta, servindo de uma espécie de hall de entrada para aqueles que visitam o QG da Bvlgari na região de Piemonte.

A Manifattura, na verdade, não é um projeto inteiramente novo e sim renovado. A grife italiana abriu suas portas por aqui em 2017. Foi esta sua primeira fábrica de verdade e, também, considerada até aquele momento, a maior da Europa no setor. Entretanto, em menos de três anos, o que parecia imenso acabou se mostrando pequeno, diante de uma produção que atingiu seu limite em 2020. Neste ano de 2025 a nova Manifattura ganhou novos 19.000 m², ocupando, hoje, uma área total de 33.000 m² e absorvendo muitas funções antes terceirizadas pela Bvlgari. O quadro de funcionários também cresceu significativamente. Antes eram apenas 650, agora, já são 1.100. A meta é ter 1.600 em até quatro anos, além de uma capacidade de produção duplicada.

Fábrica de joias da Bvlgari. (Divulgação/Divulgação)

Por aqui se produz uma ampla gama de peças, das joias do dia a dia aos itens de alta joalheria. A sustentabilidade é um dos pilares do projeto, sendo a eficiência energética uma de suas premissas. Ao todo, 50% da energia consumida no local é produzida nele, sendo o restante proveniente de outras fontes renováveis. Deter o título de ser a primeira joalheria do planeta a fabricar 100% de suas peças com ouro totalmente certificado é outro dos orgulhos da casa fundada em Roma em 1884 pelo joalheiro grego Sotirios Voulgaris, reconhecida por suas joias com personalidade e cores fortes. “O que vemos por aqui hoje é a abertura de um modelo industrial inédito, que deve ser seguido por todo o setor da alta joalheria. Um exemplo pronto a ser replicado, melhorando a indústria do luxo como um todo”, explicou Jean-Christophe Babin, CEO da Bvlgari e chefe da divisão de relógios da LVMH, durante a cerimônia de abertura. A solenidade contou ainda com a presença de Fausta Bergamotto, Ministra do Comércio italiano e do Made in Italy.

Com a expansão, o complexo, que hoje responde por quase 30% dos empregos da região, ganhou dois novos edifícios, interligados por uma longa passarela. Do lado de dentro, fotos de personalidades espalhadas pelos amplos corredores relembram a história da marca ao longo dos seus 141 anos de vida. Liz Taylor, Madonna, Sophia Loren, Zendaya, Anne Hathaway são alguns dos ícones que decoram as paredes de distintos setores da empresa. Um tomado por imensas impressoras 3D, de onde saem as bases para as peças; outro repleto por moldes de silicone, que garantem suas estruturas. Há ainda imensas salas, e algumas vezes até mesmo andares, dedicados exclusivamente a um único ofício, entre eles fundição do ouro, cravação de pedras preciosas e polimentos.

Outro dos destaques da Manifattura é sua escola de treinamento interna, batizada de Academia Bvlgari. É direcionada aos novos funcionários da casa e oferece, anualmente, mais de 130 mil horas de instrução. A ideia é garantir aos futuros artesãos os segredos de como perpetuar o savoir-faire da marca, fincado na tão desejada arte de viver italiana.

A partir de setembro, outro espaço ligado ao conhecimento deve movimentar o edifício. É a vez da empresa receber a primeira turma do La Scuola, um centro educacional aberto ao público e feito em parceria com a Tarì Design School, famosa escola de Nápoles dedicada ao universo da ourivesaria. Por aqui, jovens do mundo todo serão treinados por mestres ourives, acadêmicos e profissionais experientes na indústria de joias. Outra das provas da visão holística de uma empresa que procura encarar com certo otimismo a crise econômica mundial. “É justamente em tempos incertos que precisamos trabalhar mais e melhor. E é isso que começamos por aqui hoje, sem dúvida um dia histórico para a Itália, assim como para o mundo”, disse Toni Belloni, presidente da LVMH Itália, também presente no evento.

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