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Escolas do Rio se inspiram em suas raízes africanas

As referências ao continente africano estiverem presentes em quase todas as seis escolas da segunda e última noite de desfiles da elite do carnaval carioca

Escola de samba Imperatriz no carnaval do Rio de Janeiro, em 2015 (Tata Barreto/ Riotur/ Fotos Públicas)

Escola de samba Imperatriz no carnaval do Rio de Janeiro, em 2015 (Tata Barreto/ Riotur/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2015 às 08h40.

Rio de Janeiro - O segundo dia dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro mostrou nesta segunda-feira agremiações inspiradas em suas raízes africanas e inovando com o uso de drones para dar um toque tecnológico ao maior espetáculo da Terra.

As referências ao continente africano estiverem presentes em quase todas as seis escolas da segunda e última noite de desfiles da elite do carnaval carioca.

A exibição mais esplendorosa, rica em detalhes, e que levantou o público presente de 72.500 espectadores foi a da Beija-Flor, dedicada à Guiné Equatorial, país da África Ocidental.

A escola de Nilópolis aproveitou o financiamento milionário do governo do país africano e realizou um desfile grandioso, com alegorias enormes e luxuosas, além de fantasias muito elaboradas.

A escola cumpriu sua palavra e não entrou em polêmicas, deixando de lado a política atual do país africano, que está sob o controle ferrenho do presidente Teodoro Obiang desde 1979.

No entanto, aproveitou para provocar os conquistadores europeus que exploraram o pequeno país africano nos últimos cinco séculos.

Espanhóis, portugueses, ingleses, holandeses e franceses foram retratados nas alegorias com feições agressivas e olhos cheios de sangue, que adquiriram uma aparência ainda mais intimidadora com o som frenético da bateria da escola.

A Beija-Flor também retratou os navios negreiros que levaram os guineanos escravizados para o novo mundo, especialmente para o Brasil.

A temática africana também foi o foco do desfile da Imperatriz Leopoldinense, que homenageou o líder sul-africano Nelson Mandela e sua luta contra o "apartheid", levando um discurso contra o preconceito racial.

Já a São Clemente homenageou o carnavalesco Fernando Pamplona, enquanto a União da Ilha dedicou seu desfile a questionar a ditadura da beleza.

Um dos pontos altos no sambódromo hoje foi o desfile da tradicional Portela, que inovou no espetáculo ao introduzir dois elementos tecnológicos e voadores que deixaram boa parte do público boquiaberto.

Um deles foi o uso de drones "disfarçados" de bolas de futebol, que sobrevoavam uma das alegorias da escola, dedicada ao esporte bretão e que retratava um dos principais ícones da cidade, o estádio do Maracanã.

Além disso, a Portela abriu seu desfile com vários paraquedistas iluminados com luzes azuis e sinalizadores, que sobrevoaram a Marquês de Sapucaí com o nome da escola estampado em seus paraquedas e aterrissaram no meio da avenida.

A escola, a maior campeã do carnaval carioca e oriunda do tradicional bairro sambista de Madureira, fez uma homenagem aos 450 anos de fundação do Rio de Janeiro, que será comemorado no próximo dia 1º de março.

A Portela mostrou a cidade com um toque de "surrealismo", como se tivesse sido pintada pelo espanhol Salvador Dalí, presente no samba-enredo e com várias referências a sua obra nas alegorias e fantasias.

Uma dos elementos mais impactantes do desfile da Portela foi o carro abre-alas, com sua já tradicional águia branca, o símbolo da escola. A enorme escultura estendia suas asas e, de forma um tanto surrealista, se transformava na estátua do Cristo Redentor. O público foi ao delírio quando a águia teve que se curvar para passar pela torre onde ficam cinegrafistas e fotógrafos.

O desfile fez referência a vários elementos da cidade, como a praia, as caipirinhas, o trânsito intenso e caótico e, claro, o futebol. EFE

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