Festival do Rio: os principais destaques da edição de 2025 (Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 18h00.
Última atualização em 3 de outubro de 2025 às 19h31.
Rio de Janeiro* — No calor ameno de outubro, à vista do Pão de Açúcar na Urca, dos Dois Irmãos em Ipanema e dentro das salas de cinema tradicionais de Copacabana, o Festival do Rio chega a sua 27ª edição na capital carioca. Neste ano, mais especial: com a presença da atriz francesa Juliette Binoche, do CEO da Academia do Oscar, Bill Kramer, e mais de 300 filmes nacionais e internacionais.
Neste an0, o evento celebra a Temporada França-Brasil 2025, celebração dos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países, que foi destaque também no Festival de Cannes. Binoche, que foi jurada do festival de cinema francês deste ano, lança o documentário In-I in Motion na mostra, sobre o processo criativo e a parceria da atriz com o artista Khan, a partir de um espetáculo que criaram juntos em 2007.
Ao todo, o Festival do Rio exibirá 88 filmes franceses e 124 brasileiros — um recorde para as mostras nacionais do evento — entre os dias 2 e 12 de outubro.
“A indústria cinematográfica gerou, no ano passado, 608 mil empregos e faturou R$ 70,4 bilhões. Nós somos maiores que a indústria automobilística, iguais à indústria farmacêutica. Mas ainda somos pequenos se comparado a outras indústrias do mundo. Imaginem o que ainda poderemos ser”, disse a diretora do Festival do Rio, Walkíria Barbosa, durante a cerimônia de abertura do evento.
Entre esses filmes, um brasileiro avança na campanha ao Oscar: O Agente Secreto, que concorre a uma vaga no prêmio de Melhor Filme Internacional, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original para Kleber Mendonça Filho, e Melhor Ator para Wagner Moura. O longa será exibido no Rio de Janeiro na próxima terça-feira, 7.
A repercussão do filme, semelhante à de Ainda Estou Aqui, vencedor do primeiro Oscar do Brasil, foi um dos motivadores para a presença de Bill Kramer em solo brasileiro. O objetivo do executivo é reconhecer de perto a força da indústria nacional, os filmes independentes produzidos aqui e o impacto que o cinema tem na vida dos brasileiros.
“É um momento especial para o cinema brasileiro. Temos uma política sólida no direito autoral, tivemos recorde de políticas públicas para o audiovisual neste ano, mas filme não dá em árvore, é preciso fomento. E o retorno vem com ele em prêmios”, disse Joelma Gonzaga, secretária de Audiovisual do Ministério da Cultura.
Para além das produções francesas e brasileiras, o Festival do Rio também traz alguns dos filmes mais premiados de Festivais internacionais como Cannes, Veneza, Berlim, agora em plena campanha rumo ao Oscar.
O longa de abertura foi Depois da Caçada, de Luca Guadagnino, com Julia Roberts, Andrew Garfield e Ayo Edebiri. O filme concorreu ao Leão de Ouro em Veneza e chega aos cinemas brasileiros ainda em outubro.
Em conjunto com ele, outros longas internacionais de destaque são Morra, Amor, da diretora irlandesa Lynne Ramsay, com Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, que concorreu à Palma de Ouro em Cannes. O filme narra a história de uma mãe no interior da França que desenvolve depressão pós-parto e desenvolve uma psicose.
A seleção conta, ainda, com A Cronologia da Água, estreia de Kristen Stewart na direção; Valor Sentimental, de Joachim Trier, vencedor do Grande Prêmio em Cannes; A Voz de Hind Rajab, que recebeu mais de 20 minutos de aplausos em Veneza, e Sonhos de Trem, que leva o roteiro do vencedor de Clint Bentley, indicado ao Oscar por Sing Sing.
Entre os brasileiros, além do longa de Mendonça Filho, são destaques Pequenas Criaturas, com Carolina Dickman e Letícia Sabatella, que conta a história de uma mulher logo após o fim do regime militar no Brasil; Sexa, estreia de Gloria Pires na direção; A Conspiração de Condor, com Mel Lisboa e Dan Stubach; e Salve Rosa, com Klara Castanho e Karine Teles sobre crianças influenciadoras.
O Festival do Rio acontece entre os dias 2 a 12 de outubro na capital fluminense, em cinemas espalhados pela cidade.
*A jornalista viajou para o Rio de Janeiro a convite do Festival do Rio.