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Hamilton responde Piquet sobre racismo: “Vamos focar em mudar a mentalidade”

Piloto britânico já foi alvo de provocações da família Piquet em outras oportunidades; relembre

Lewis Hamilton respondeu comentário racista do ex-piloto Nelson Piquet (Hamad I Mohammed/Reuters)

Lewis Hamilton respondeu comentário racista do ex-piloto Nelson Piquet (Hamad I Mohammed/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de junho de 2022 às 16h45.

Última atualização em 28 de junho de 2022 às 16h54.

Lewis Hamilton se manifestou pela primeira vez após a repercussão de um vídeo no qual Nelson Piquet chamava o inglês de "neguinho" durante uma entrevista a um canal no Youtube. Por meio de sua conta no Twitter, em português, o heptacampeão mundial disse que a prioridade no momento é "focar em mudar a realidade".

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O bitrânico também disse, em outra publicação, que casos como esse refletem "mentalidade arcaica" e que "chegou a hora da ação", pelo fato de atitudes como a de Piquet serem "mais do que linguagem".

"É mais do que linguagem. Essas são mentalidades arcaicas que precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação", publicou o piloto em seguida.

A polêmica desta vez aconteceu no ano passado, mas veio à tona nesta semana. Piquet chamou Hamilton de “neguinho” durante entrevista dada a um canal no Youtube, quando respondeu à comparação da tentativa de ultrapassagem feita por Max Verstappen, no GP de Silverstone do ano passado, àquela feita por Ayrton Senna em 1990.

Nelson Piquet

Nelson Piquet durante a entrevista que teve no ano passado (YouTube)

E Lewis Hamilton ainda provocou ao compartilhar um post que questionava: "quem diabos é Nelson Piquet?". O piloto britânico disse, apenas, "imagine" ("imagina", em inglês).

Repercussão mundial

A Fórmula 1 e a Mercedes publicaram nesta terça-feira comunicados condenando falas racistas e discriminatórias contra Lewis Hamilton, após o resgate do vídeo de Piquet. As organizações não citaram o brasileiro nas notas, mas ressaltaram o esforço de Hamilton para combater o racismo e aumentar a diversidade no esporte.

"Falas discriminatórias e racistas são inaceitáveis e não podem ter espaço na sociedade. Lewis é um incrível embaixador do nosso esporte e merece respeito. O esforço incansável dele para aumentar a diversidade e a inclusão é uma lição para muitos e algo com que estamos comprometidos", ressaltou a nota da F1.

"Condenamos veementemente qualquer uso de falas racistas e discriminatórias. Lewis tem liderado os esforços para combater o racismo no nosso esporte e é um verdadeiro campeão de diversidade dentro e fora das pistas. Juntos, compartilhamos o desejo de um esporte diverso e inclusivo, e esse incidente ressalta a importância fundamental de continuarmos nos esforçando para um futuro melhor", afirmou a Mercedes.

Nelsinho Piquet

Nelsinho Piquet, filho de Nelson e também ex-piloto, em outra oportunidade demonstrou que não é muito fã de Hamilton assim como o pai. Em dezembro, ele comemorou efusivamente o título mundial de Max Verstappen, quando o holandês conseguiu ultrapassar o britânico na última volta do GP de Abu Dhabi.

Depois, Nelsinho apareceu vestindo uma camisa com a estampa "Patrão é meuzovo". Patrão é como fãs e comentaristas apelidaram Lewis Hamilton. Nelsinho Piquet é cunhado de Verstappen, piloto da Red Bull Racing e atual campeão. O holandês namora Kelly Piquet, irmã de Nelsinho e filha do tricampeão mundial Nelson.

Kelly Piquet e Max Verstappen

Kelly Piquet e Max Verstappen, atual campeão da Fórmula 1 (Reprodução/Instagram)

Nelsinho competiu na Fórmula 1 entre 2008 e 2009. Em 2009, protagonizou escândalo na categoria, ao confessar ter provocado um acidente para beneficiar o companheiro de equipe, Fernando Alonso. Como comprovou que a ordem partiu dos chefes da Renault e colaborou com as investigações, passou sem punição pelo caso.

Crime de racismo

No Brasil, ocorre crime de racismo quando há ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes à sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência, com pena que pode ir de 1 a 3 anos de reclusão. Procurada pela reportagem, a assessoria de Nelson Piquet não quis se manifestar sobre o caso.

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