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Fabergé, a joalheria dos ovos imperiais russos, é vendida por US$ 50 milhões

Uma das marcas mais renomadas do luxo é adquirida pela SMG Capital, de Sergei Mosunov, após queda nas vendas

Fabergé: ovos de ouro com pedras preciosas viraram símbolo da joalheira (Shi Zhonghua/VCG/Getty Images)

Fabergé: ovos de ouro com pedras preciosas viraram símbolo da joalheira (Shi Zhonghua/VCG/Getty Images)

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 09h39.

Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 10h42.

A joalheria de luxo Fabergé, famosa por seus ovos imperiais russos, foi vendida por US$ 50 milhões para a SMG Capital, empresa de investimentos dos Estados Unidos controlada pelo investidor de tecnologia Sergei Mosunov, segundo o jornal britânico The Guardian.

O negócio foi fechado pela Gemfields, mineradora de pedras preciosas coloridas na África, que comprou a Fabergé em 2013 por US$ 142 milhões e decidiu colocá-la à venda em dezembro, após suspender temporariamente operações em sua mina de rubis em Moçambique devido a instabilidade política.

Fundada em 1842 e transformada por Peter Carl Fabergé em 1882, a marca é considerada uma das joalherias mais renomadas do mundo, mas tem enfrentado pressão com a desaceleração do mercado de luxo. Em 2024, a empresa teve faturamento de US$ 13,4 milhões, abaixo dos US$ 15,7 milhões registrados no ano anterior.

Sean Gilbertson, presidente da Gemfields, classificou a operação como “o fim de uma era” e afirmou que a marca foi essencial para elevar o perfil das pedras preciosas comercializadas pela empresa.

A Gemfields informou que usará o valor da venda para financiar operações de mineração em Moçambique e Zâmbia. As ações da companhia, listadas nas bolsas de Londres e Joanesburgo, caíram cerca de 70% desde o pico em 2023, pressionadas pelo excesso de oferta no mercado de esmeraldas.

Mosunov, que é russo e vive no Reino Unido, disse que se tornar o “guardião” da Fabergé é uma grande honra e que pretende expandir sua presença internacional, aproveitando o legado histórico ligado à Rússia, Inglaterra, França e Estados Unidos.

História da joalheria

Fundada em 1842 por Gustav Fabergé, a empresa consolidou-se como uma das joalherias mais prestigiadas do mundo. Em 1882, Peter Carl Fabergé assumiu a direção e promoveu uma transformação estética: substituiu o predomínio de diamantes por criações que exploravam a cor, o uso inovador de pedras preciosas e técnicas tradicionais, como a esmaltagem.

O marco mais célebre veio em 1885, quando o czar russo Alexandre III encomendou um ovo de Páscoa especial para a czarina Maria Feodorovna, inaugurando uma série que resultaria em 50 peças imperiais, todas com um elemento surpresa e executadas com metais nobres e pedras raras. Esses ovos se tornaram ícones da joalheria mundial e permanecem até hoje entre os itens mais valiosos da marca, alguns avaliados em dezenas de milhões de dólares.

Além dos ovos, a Fabergé produziu joias, relógios e objetos de fantasia, que se tornaram presentes cobiçados pela realeza europeia e pela alta sociedade. A marca também manteve uma butique em Londres a partir de 1903, ampliando seu prestígio internacional.

A Revolução Russa de 1917 interrompeu esse ciclo de prosperidade: os ateliês foram nacionalizados, os bens confiscados e a família exilada. Nas décadas seguintes, a marca mudou de mãos diversas vezes, chegando a licenciar seu nome para perfumes e produtos de limpeza, distanciando-se de suas origens no alto luxo.

O resgate de sua identidade ocorreu em 2007, quando os direitos sobre a marca foram reunidos sob controle da Fabergé Limited e a família voltou a se envolver no negócio. Em 2013, foi adquirida pela Gemfields, mineradora especializada em pedras preciosas coloridas, que reposicionou a joalheria como vitrine para seus rubis e esmeraldas de origem rastreável.

Hoje, a Fabergé produz peças de alta joalheria e coleções mais acessíveis, preservando o design sofisticado e a tradição artesanal que a consagraram, enquanto aposta em canais exclusivos e na presença digital para ampliar seu público.

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