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'Mein Kampf' volta a ser publicado na Alemanha

Trechos do livro escrito por Hitler serão publicados com comentários de historiadores

A publicação do livro é proibida por lei na Alemanha (Flickr)

A publicação do livro é proibida por lei na Alemanha (Flickr)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2012 às 18h39.

Berlim - Trechos de "Mein Kampf" (Minha Luta), o livro de Adolf Hitler, serão publicados pela primeira vez na Alemanha, desde 1945, a partir do dia 26 de janeiro, anunciou à AFP o editor britânico Peter McGee, apesar de a lei alemã proibir a publicação de escritos nazistas.

O editor explicou por e-mail que vai publicar "uma brochura de 12 a 15 páginas com, de um lado, trechos impressos de 'Mein Kampf' e, do outro, comentários de um pesquisador famoso", situando a obra em seu contexto histórico, confirmando, assim, informações da revista Der Spiegel.

Publicações de outros trechos estão previstas para depois, com tiragem média de 100.000 exemplares.

"Todos conhecem (o livro) e veem nele uma espécie de Bíblia diabólica nacional-socialista", afirmou. "Mas ninguém leu, e por isso não se pôde constatar que se trata de uma obra de qualidade pobre e um trabalho confuso de um pensamento completamente distorcido," disse McGee.

O livro "Mein Kampf", redigido pelo Führer na prisão, em 1924 e 1925, estava proibido desde 1945 na Alemanha. Sua versão em inglês é comumente vendida na internet.

O Ministério das Finanças do Estado regional da Baviera herdou os direitos autorais após a II Guerra Mundial e zela para que as ideias nacional-socialistas não sejam publicadas.

Um porta-voz do ministério anunciou, nesta segunda-feira, que examina uma possível ação na justiça para impedir a publicação desses extratos.

Já o presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, disse que não é totalmente oposto à publicação de "Mein Kampf". "Claro, melhor seria que não fosse publicado, mas sairá com comentários de historiadores", afirmou para a AFP.

"Mein Kampf" deve sair completo na Alemanha no final de 2015, 70 anos depois da morte de Adolf Hitler.

Em 2009, a revista "Zeitungszeuge", editada por Peter McGee, foi motivo de muita polêmica ao publicar extratos tirados de um jornal nazista da época, o Voelkischer Beobachter (People's Observer). A Baviera tentou em vão proibir a publicação.

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