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Mino Carta, jornalista fundador de grandes revistas, morre aos 91 anos

Fundador da Carta Capital e Veja enfrentava problemas de saúde há mais de um ano

Mino Carta (Wikimedia Commons)

Mino Carta (Wikimedia Commons)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 07h01.

Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 09h36.

O jornalista Mino Carta, fundador da revista CartaCapital, morreu aos 91 anos nesta terça-feira, 2. Segundo o jornal, há um ano Mino enfrentava problemas de saúde. O jornalista estava internado há cerca de duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada.

O jornalista era um dos nomes mais renomados no jornalismo brasileiro. Sua história se entrelaça com a evolução da mídia no país, desde os primeiros passos na Quatro Rodas até a criação de revistas como Veja, IstoÉ e CartaCapital.

Origens e primeiros passos

Carta pertencia à terceira geração de jornalistas da família. Seu avô, Luigi Becherucci, foi diretor do jornal italiano Caffaro, destituído após a ascensão do fascismo no país. Seu pai, Giannino, também jornalista, foi preso em 1944 por se opor ao regime de Benito Mussolini e acabou se refugiando no Brasil após a Segunda Guerra.

Em 1950, seu pai recebeu uma encomenda de artigos sobre a Copa do Mundo para jornais italianos e, por não gostar de futebol, pediu ao filho que escrevesse no lugar dele. “A partir daí, percebi que a felicidade não era tão cara e podia ser alcançada escrevendo”, recordou Carta em entrevista ao portal da Associação Brasileira de Imprensa, em 2008.

Nos anos seguintes, Mino estudou Direito em São Paulo, mas abandonou o curso para trabalhar em redações na Itália, como a Gazzetta del Popolo, e como correspondente de veículos brasileiros. 

Aos 27 anos, de volta ao Brasil, Mino Carta foi convidado pela Editora Abril para dirigir a edição brasileira da revista Quatro Rodas. Pouco depois, chamou a atenção de Júlio de Mesquita Neto e passou a trabalhar no Estadão, onde participou da criação do Jornal da Tarde, lançado em 1966.

Dois anos depois, liderou a equipe que fundou a revista Veja, inspirada no modelo americano de news magazine. Na década de 1970, criou a IstoÉ. Mas foi em 1994 que ele deu início ao seu trabalho mais duradouro, com a fundação da revista a CartaCapital. 

Lula lamentou a morte de Carta

Através de uma publicação no X (antigo Twitter), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente do Brasil, lamentou a morte do jornalista e contou que conheceu Carta há mais de 50 anos, quando ele passou a dar voz às lutas de trabalhadores e de movimentos sindicais nas revistas que dirigia.

"Foi ele quem abriu espaço para minha primeira capa de revista, na Istoé, em 1978. Desde então, nossas trajetórias seguiram se cruzando", escreveu o presidente. "Se hoje vivemos em uma democracia sólida, se hoje nossas instituições conseguem vencer as ameaças autoritárias, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista, das publicações que dirigiu e dos profissionais que ele formou", completou.

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