Beleza: consumidores estão mais criteriosos quanto aos gastos com os produtos (Tirachard/Getty Images)
Repórter de Casual
Publicado em 19 de maio de 2025 às 15h43.
Última atualização em 19 de maio de 2025 às 16h27.
Antes de adquirir uma bolsa ou sapato de grife, a entrada de consumidores no mercado de luxo se inicia nas prateleiras de cosméticos. O mercado de beleza sempre foi uma das categorias mais valorizadas, não à toa, ganhou até o "índice do batom", expressão cunhada por Leonard Lauder, da segunda geração da Estée Lauder, após a crise financeira global de 2008. Para Lauder, as pessoas recorrem a pequenos luxos, como batons, para melhorar o humor em tempos de dificuldade econômica. No entanto, em 2025, este índice pode mudar, visto o cenário de queda do mercado de beleza.
Durante a pandemia, o mercado premium global de cosméticos cresceu 29%. Só na China, maior mercado consumidor, o crescimento em 2020 foi de 14,8%, movimentando 2,4 bilhões de dólares, segundo a Euromonitor Internacional. Com um grande tempo em casa com reuniões virtuais e mais tempo olhando para o próprio rosto, o investimento em maquiagens e cosméticos cresceu.
No entanto, o pós-pandemia trouxe um cenário diferente para este setor. Nas últimas semanas, três dos maiores conglomerados de beleza do mundo: Estée Lauder Companies, Shiseido e Coty relataram queda nas vendas do quarto trimestre. Segundo o site Business of Fashion, a Coty relatou uma queda de 6% nas vendas e anunciou planos para demitir cerca de 700 funcionários, aproximadamente 5% dos contratados.
Já L’Oréal, a maior do grupo, registrou um aumento tímido de 3,5%, ficando abaixo das expectativas dos analistas.
Esta queda tem afetado marcas que se tornaram sucesso nas redes sociais, como a queridinha da Geração Z, Drunk Elephant, e marcas tradicionais como Tom Ford e Shiseido. Além da China, a queda no consumo também está ocorrendo nos Estados Unidos.
Um dos motivos é a grande variedade de opções no mercado, que diluiu o interesse dos consumidores, que passaram a consumir produtos virais, indicados em excesso nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, 30% das vendas são de novos produtos, segundo uma pesquisa da Accenture. Assim, a aposta para Estée Lauder Companies tem sido relançar linhas antigas de Clinique e MAC Cosmetics, que possuem clientes fidelizados e já conhecem os produtos.
Os consumidores estão mais criteriosos quanto a qualidade dos produtos do que com o tamanho do necessaire.