Casual

O sucesso do cold brew

Pouco conhecido no Brasil, o café extraído a frio é um dos principais atrativos de novas cafeterias e já é vendido em mercados

Cold Brew to Go: do Santo Grão (Santo Grão/Divulgação)

Cold Brew to Go: do Santo Grão (Santo Grão/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 30 de julho de 2019 às 07h00.

Última atualização em 30 de julho de 2019 às 07h00.

Alguém que tenha passado a última década fora do planeta e volte direto para uma cafeteria como a Um Coffee Co. talvez se sinta um alienígena. Antes, as opções oferecidas pelos estabelecimentos do gênero no país não iam muito além do sim ou não. Ou se aceitava o único expresso do cardápio, em geral mal tirado, ou se abria mão da cafeína.

De alternativa havia um capuccino cheio de chocolate e olhe lá. Mas daí veio a onda dos cafés em cápsulas, impulsionadas no Brasil pela Nespresso a partir de 2006, e a seguir o aumento da procura por produtores nacionais de pequeno porte e o resgate dos métodos manuais de preparo.

Os dois fenômenos, além de aumentar a oferta dos cafés acima da média, ampliaram o repertório exigido dos entusiastas - para o desespero de alguém recém-chegado à Terra e louco para se abastecer de cafeína.

Agora, para começo de conversa, é preciso saber que ristretto, livanto e arpeggio são variedades de café em cápsulas. E que bourbon amarelo, catuaí vermelho e acauã são alguns dos grãos de maior sucesso plantados no Brasil.

Mais: em diversos endereços o consumidor precisa se decidir entre um punhado de blends e bater o martelo em seguida no método de extração - os mais recorrentes são os que se valem do filtro japonês Hario V60, da prensa francesa e do aeropress. E o recente sucesso do cold brew ampliou o leque ainda mais.

O café extraído lentamente a frio virou item obrigatório na maioria dos endereços especializados em grãos especiais. Na cafeteria Um Coffee Co, que surgiu em 2017 no Bom Retiro, em São Paulo, e ganhou a terceira unidade no ano passado, em Pinheiros, são servidos oito tipos de cold brew.

Um Coffee

Um Coffee (Um Coffee Co./Divulgação)

Com pedras de gelo, a opção mais simples custa a partir de R$ 5,90. Com água tônica e um twist de laranja sai por R$ 13, o mesmo preço da versão acrescida de leite e xarope de avelã.

A maioria dos grãos servidos na Um Coffee Co, que pertence a uma família de origem coreana, é cultivada em uma fazenda própria na cidade de Campanha, em Minas Gerais.

A rede também serve clássicos como o expresso (R$ 5,50) e recorre a métodos variados de preparo, como o que utiliza o filtro japonês Hario V6. Na filial em Pinheiros, ela prepara comidinhas como ovo poché com abóbora cabotia, sálvia, bacon, molho hollandaise e torrada (R$ 22,30) (nas demais unidades o cardápio de comidas é mais enxuto).

Em 2017, a rede Santo Grão passou a vender seu café extraído a frio em garrafinhas retornáveis (R$ 14). A versão com leite, xarope de avelã tostada e baunilha é vendida a R$ 15. Na mesma época, a cafeteria começou a servir a bebida acrescida de nitrogênio (R$ 15), prática também promovida pela Suplicy Cafés Especiais (o gás deixa o café mais cremoso).

Aberta no ano passado em Pinheiros, a cafeteria Pato Rei é outra que aposta muitas fichas no cold brew. Lá o café é imerso em água fria por até dezessete horas - provada pura, a bebida custa R$ 7. Tem até versão alcoólica, como prova o gin patônica, união de cold brew, gim, água tônica, limão e angostura (R$ 25).

Cold Brew to Go: do Santo Grão

Cold Brew to Go: do Santo Grão (Santo Grão/Divulgação)

A rede Starbucks, assim como a Dunkin', não ficou de fora. A primeira incluiu no cardápio três receitas do cold brew. Uma delas é marcada pela adição de baunilha, outra ganha leite e uma terceira coco. A infusão em água fria leva 20 horas.

Fundada pelo engenheiro Luiz Calfa e dois estrangeiros, a alemã Carolin Puppel e o sul-africano Thavashan Perumal, a Green Up almeja comercializar o café extraído a frio em grande escala.

Desde junho, os primeiros produtos da companhia podem ser encontrados nas prateleiras de redes como Pão de Açúcar e Mundo Verde. Os grãos utilizados são os da marca Orfeu Cafés Especiais, que pertence a Roberto Irineu Marinho, um dos principais acionistas do Grupo Globo, e sua mulher, Karen.

Os produtos da Green Up são três: um cold brew acrescido de leite de coco e canela, outro com cacau premium meio amargo e um toque de stevia e um com proteína vegana e um leve toque de chocolate. Cada unidade custa a partir de R$ 9,90.

Green Up

Green Up (Débora Gabrich/Divulgação)

Onde provar

Um Coffee Co.: Rua Paes Leme, 215, Pinheiros, São Paulo, (11) 3473-0149.

Santo Grão: Rua Oscar Freire, 413, Cerqueira César, São Paulo, (11) 3062-9294.

Pato Rei: R. Artur de Azevedo, 2.087, Pinheiros, São Paulo, (11) 2579-6866.

Acompanhe tudo sobre:BebidasCaféConsumo

Mais de Casual

O único restaurante japonês a ter 2 estrelas Michelin em São Paulo volta com tudo

Quanto custa viajar para Santiago, no Chile?

Dia Mundial do Bartender celebra profissionais como os artistas da mixologia

Montblanc lança primeira coleção de couro do ano com três novas cores