Omoda e Jaecoo: importação de carros. (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 15 de abril de 2025 às 15h09.
A onda de carros chineses de 2025 começou. As montadoras Omoda e Jaecoo chegam oficialmente ao Brasil nesta terça-feira, 15, com planos ousados de importar até 5.000 carros nos próximos meses. O primeiro lote, com cerca de 2.000 veículos, já desembarcou no porto de Vitória, no Espírito Santo, e é composto pelos SUVs Omoda E5 (elétrico) e o híbrido plug-in Jaecoo 7. Toda a operação é realizada pela Sertrading.
Além da Omoda e Jaecoo, outras marcas chinesas, como Wey (divisão de luxo da GWM), GAC, Zeekr, MG e SAIC, também estreiam no Brasil este ano. Em breve, a Leapmotor também chega ao país, por meio de uma parceria com o grupo Stellantis, que controla marcas como Fiat, Peugeot, Ram, Citroën e Jeep. Na semana passada, a Geely anunciou que desembarcará no meio do ano com o EX5, 100% elétrico, em parceria com a Renault.
Vitor Santos, diretor de logística da Omoda e Jaecoo, explica que a estratégia é garantir a pronta entrega dos carros em 54 concessionárias espalhadas por 17 estados. "65% do volume ficará no Sul e Sudeste, que concentram a maior parte do mercado consumidor. 35% estará disponível apenas no estado de São Paulo", afirma.
O aumento da importação coincide com uma janela de oportunidade. Em julho deste ano, o imposto de importação de carros elétricos passará de 18% para 25%, com uma nova alta para 35% em julho de 2026. Aproveitar esse momento garante não apenas uma vantagem tributária, mas também o objetivo de manter os carros em pronta entrega ou com uma espera mínima de até seis dias.
Embora o preço dos veículos ainda não tenha sido divulgado, espera-se que, mesmo com o aumento da taxa de importação, o valor de venda não sofra alterações após julho
Apesar de Omoda e Jaecoo fazerem parte do grupo Chery, que tem uma parceria estratégica com a CAOA, as duas marcas operarão de forma independente no Brasil. A maioria das lojas estará localizada na cidade de São Paulo, mas também haverá unidades em outras regiões, como Ribeirão Preto, Brasília, Aracaju e Manaus.
A Omoda se concentra em carros sofisticados e tecnológicos, voltados para o público jovem, enquanto a Jaecoo é especializada em modelos off-road e SUVs para diversos tipos de terreno. Ambas as montadoras afirmam que, no próximo ano, seus veículos começarão a ser fabricados no Brasil. Os preços ainda estão sendo definidos.
Flavio Tozetto também destaca que pertencer ao grupo Chery amplia a gama de produtos disponíveis. "Os modelos plug-in são chave para o futuro, mas vamos avaliar o mercado como um todo para trazer mais opções de modelos", explica. As marcas projetam encerrar o primeiro ano de vendas com aproximadamente 30 mil unidades emplacadas.
Desde as primeiras entrevistas à imprensa, a empresa chinesa tem demonstrado interesse em abrir uma fábrica no Brasil, mas os planos permanecem em sigilo. Uma das possibilidades seria utilizar a unidade de produção da Caoa Chery em Jacareí, no interior de São Paulo.
Com um plano de expansão global, as marcas já têm bases de engenharia estabelecidas em mercados como China, Europa e Estados Unidos. Até o final de 2024, a Omoda estará presente em mais de 30 países, enquanto a Jaecoo estreará em mais de dez. Na América Latina, já atuam em países como Chile e México.