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Onde foram parar os relógios que Ayrton Senna usava?

Bianca Senna, diretora da Senna Brands, fala da relação do piloto com a TAG Heuer e dos novos lançamentos da marca

Bianca Senna: co-autoria no relógio da linha Senna (TAG Heuer/Divulgação)

Bianca Senna: co-autoria no relógio da linha Senna (TAG Heuer/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 16h58.

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Quem assistiu à série “Senna”, na Netflix, deve ter notado os relógios usados por Gabriel Leone na interpretação do tricampeão mundial. Ayrton Senna era um aficionado pela TAG Heuer e, a partir de 1988 até o seu acidente, embaixador oficial da marca.

Na semana do Grande Prêmio de São Paulo, a TAG Heuer apresentou duas edições especiais da linha Senna, de edição limitada.

O TAG Heuer Formula 1 Chronograph x Senna 44mm automático vem em titânio grau 2 com revestimento em DLC preto, é movido pelo calibre 16 e traz um mostrador preto escovado com efeito sunray e detalhes vibrantes inspirados nas cores de seu capacete. Os contadores são em azul, verde e amarelo, o bezel fixo em carbono traz o taquímetro. A pulseira é em borracha amarela.

Já o TAG Heuer Formula 1 Chronograph x Senna 43mm a quartzo, em aço escovado e polido, presta homenagem à icônica pulseira S/EL, usada por Senna nas pistas, com elos interligados. O mostrador preto exibe três contadores coloridos em tons de amarelo, verde e vermelho, além de ponteiros com Super-LumiNova e bezel preto em alumínio. O relógio é limitado a 3.000 unidades.

Mais do que um tributo à velocidade, a colaboração TAG Heuer x Senna reflete também um compromisso social. Desde a década de 1990, parte dos lucros das edições especiais é destinada ao Instituto Ayrton Senna, que há mais de 25 anos atua na transformação da educação no Brasil.

Conversamos com Bianca Senna, sobrinha do piloto e diretora da Senna Brands, que cuida dos licenciamentos da marca.

Quando começou a parceria entre a TAG Heuer e o Ayrton?

Ele era apaixonado por relógios, especialmente pelos da TAG Heuer. Gostava do design, da precisão e dessa conexão da marca com o automobilismo. Então a parceria foi algo natural. A TAG Heuer passou a patrocinar o Ayrton em 1988. Ele não foi apenas um embaixador, ele ajudou de fato a desenvolver o bracelete que usamos até hoje nos relógios da marca. Esse design foi criado junto com ele, e atualmente somos os únicos a utilizá-lo.

Esse modelo é o famoso S/EL, o que tem os elos em forma de “S”?

Exatamente, esse mesmo. Quando abrimos o Instituto Ayrton Senna, a TAG já estava conosco, e um pouco antes da pandemia criamos a Senna Brands. A ideia era profissionalizar o uso das marcas ligadas ao Ayrton e, ao mesmo tempo, conectar tudo ao propósito do Instituto.

A nova campanha traz o lema “I’m not designed to come second or third, I’m designed to win”. O que quer dizer?

A frase traduz perfeitamente o espírito do Ayrton. Não é apenas sobre corrida, é sobre superação, resiliência, o desejo de ir além dos próprios limites. Mostra que vencer vai muito além de cruzar a linha de chegada, é uma mentalidade.

Na série “Senna” aparecem vários relógios TAG Heuer. São os modelos que ele usava?

Alguns sim, outros são releituras inspiradas. Fizemos um trabalho de pesquisa muito detalhado. Inclusive, algumas das peças mostradas são dos próprios colecionadores. A TAG foi uma das patrocinadoras da série, então conseguimos trazer esse toque histórico e autêntico.

Onde estão hoje os relógios do Ayrton?

Com a família. Guardamos tudo com muito carinho. Alguns itens são emprestados para exposições, como aconteceu no lançamento da série no ano passado, quando mostramos todos os relógios lançados desde a época do Ayrton, cada um acompanhado da história contada por um colecionador. Foi emocionante.

Como você vê a volta da TAG Heuer à Fórmula 1, como parte do contrato do grupo LVMH com a categoria?

Faz todo o sentido. A TAG nasceu das corridas, tem isso no DNA. É uma marca autêntica nesse universo. Outras entraram na F1 depois, mas a TAG tem uma legitimidade natural. E o fato de ela pertencer ao grupo LVMH, com essa capacidade de se comunicar também com o público jovem, torna tudo ainda mais interessante.

Vocês participam da criação dos lançamentos da linha Senna com a TAG Heuer?

Sim, totalmente. Eu mesma participo de todo o processo de briefing e aprovação. Não temos designers próprios, mas contribuímos com o conceito, o storytelling e a coerência com o legado do Ayrton. Por exemplo, o novo modelo com tourbillon azul, do ano passado, é um dos mais bonitos que já lançamos, combina inovação com autenticidade, trazendo as cores do capacete dele.

Como vocês medem a aceitação desses produtos?

Fazemos relatórios após cada lançamento, analisando o que funcionou, o que o público pediu e o que pode ser melhorado. Pensamos sempre a longo prazo, em dois anos, mais ou menos. O desenvolvimento de um relógio é um processo demorado e precisa ser planejado.

A TAG tem investido mais no público feminino. Como isso aparece na coleção Senna?

Sim, é algo que vem crescendo. A Fórmula 1 deixou de ser vista como um esporte exclusivamente masculino, e hoje há muitas mulheres fãs. Esse novo modelo, por exemplo, é feito de titânio (ela mostra o relógio), é leve e elegante, apesar do tamanho, e agrada tanto homens quanto mulheres.

Como a coleção Senna se sai no mercado global?

Muito bem. Temos fãs no Japão, Inglaterra, México, Miami... Ayrton é uma figura mundial. Hoje estamos em cerca de 70 países, não só com relógios, mas também com colaborações em outros segmentos, com marcas como Asics, Puma, Ducati e McLaren.

São mais de 30 anos desde o acidente em Ímola. O que mantém o nome Ayrton Senna tão forte?

Acho que é porque ele foi muito mais do que um campeão. Havia outros pilotos com mais títulos, mas Ayrton se destacou pelos valores e pela forma como vivia, dentro e fora das pistas. Ele inspirava as pessoas. E é isso que trabalhamos na marca Senna: transformar seus valores em inspiração para novas gerações.

Senna continua sendo citado como modelo por campeões atuais, como Lewis Hamilton. Mas na época em que o Ayrton corria a referência deles não era de pilotos de 30 anos atrás.

Sim, e isso é lindo de ver. Lewis sempre diz que Ayrton foi sua grande inspiração. Ele cresceu assistindo aos documentários e absorvendo aquela filosofia de vida, de lutar pelas melhores condições, de sempre buscar mais. Ayrton estava à frente do seu tempo.

E o que podemos esperar dos próximos lançamentos da linha Senna da TAG Heuer?

Se eu contar, perde a graça (risos). Mas posso dizer que vem coisa muito boa por aí. O novo presidente da TAG Heuer tem uma visão incrível, e o grupo LVMH está investindo forte na marca. O futuro é promissor.

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