Tommy Hilfiger: a importância de viver sem medo (Michael Nguyen/NurPhoto via Getty Images)
Repórter
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 06h01.
Última atualização em 19 de setembro de 2025 às 15h20.
Para Tommy Hilfiger, o sucesso de sua marca de luxo vai além dos preços de seus produtos. O fundador da companhia, avaliada em US$ 1 bilhão, acredita que um fator em especial o ajudou a alcançar os patamares que a empresa alcançou nos últimos anos: a manifestação.
Em uma recente participação no podcast "The Burnouts", Hilfiger compartilhou sua visão sobre como manifestar seus sonhos e desejos ajudou a levar sua marca à posição de destaque que ocupa hoje.
“Aliás, os sonhos se tornam realidade, e você pode fazer os seus sonhos acontecerem se manifestar e correr atrás daquele objetivo, daquela estrela do norte, sabendo que ao longo do caminho haverá obstáculos e dificuldades”, disse Hilfiger, destacando que, embora os desafios sejam inevitáveis, ele sempre os considerou oportunidades de crescimento.
Hilfiger enfatizou que sempre encarou os obstáculos como uma chance de aprender e evoluir. “Você tem que descobrir como superar aquele bloqueio, seja passando por cima dele, ao redor, por baixo ou através dele. Mas sempre há uma maneira de chegar ao outro lado”, explicou.
Para ele, desistir ao se deparar com dificuldades seria como enganar a si mesmo, uma atitude que ele afirma nunca ter adotado ao longo de sua carreira.
A capacidade de pensar fora da caixa e buscar alternativas criativas em momentos difíceis foi, segundo Hilfiger, um dos principais fatores que permitiram à sua marca se destacar em um mercado competitivo como o de moda de luxo.
A manifestação, para Hilfiger, não é apenas uma técnica espiritual, mas uma ferramenta prática para materializar ideias e projetos. O designer explicou que sua capacidade de visualizar o sucesso tem sido fundamental para sua trajetória. Ele contou que, ao observar algo que o inspirava, guardava aquela imagem ou ideia e, mais tarde, a usava como referência para um novo projeto.
“Eu posso ter visto uma fotografia do Velho Oeste e pensei: ‘Não seria legal fazer uma campanha de jeans em Montana ou em algum lugar assim?’ E então, de repente, aquilo se materializa”, disse Hilfiger.
Esse processo de manifestação envolve observar, guardar e acessar essas imagens e ideias quando o momento certo chega. Para Hilfiger, a capacidade de visualizar o futuro e fazer dele uma realidade tem sido uma parte crucial do seu sucesso.
Hilfiger também comentou sobre a importância de viver sem medo. Para ele, o medo pode ser um grande obstáculo para o sucesso, pois impede as pessoas de tentarem coisas novas e diferentes.
“Eu pessoalmente não tenho medo porque acho que, se você vive com medo, isso te atrapalha”, afirmou, destacando que a disposição para correr riscos e pensar fora da caixa foi essencial para que ele não se limitasse ao status quo e criasse algo único.
Ele ainda ressaltou que, embora a marca tenha crescido muito, ele continua focado em manter a relevância da marca e pensar no futuro, buscando sempre o que vem a seguir e como a marca pode continuar a inovar.
A prática de manifestação tem se tornado uma tendência crescente nos últimos anos, especialmente nas redes sociais, como o TikTok, onde milhares de vídeos sobre dicas de manifestação e mantras motivacionais são compartilhados.
Hilfiger se junta a essa onda de positivismo, utilizando a manifestação como uma ferramenta prática para alcançar seus objetivos e inspirar outros a fazerem o mesmo.
E, ao menos para o magnata, a manifestação parece estar funcionando (ao menos um pouco).
Os resultados financeiros da Tommy Hilfiger, pertencente ao grupo PVH Corp., mostraram um desempenho misto no segundo trimestre fiscal de 2025, encerrado em julho.
Embora tenha superado algumas expectativas, a marca ainda enfrentou desafios em determinados mercados. A PVH Corp. registrou um aumento de 4% na receita, alcançando US$ 2,17 bilhões, superando a projeção de crescimento de um dígito baixo. A Tommy Hilfiger também teve um aumento de 4% em sua receita, com crescimento tanto nas vendas no varejo, que incluem lojas físicas e e-commerce, quanto no atacado.
A região das Américas liderou o crescimento, com um aumento de 11%, impulsionado principalmente pelo desempenho no atacado.
Na Europa, a receita subiu 3%, apesar dos desafios que a região enfrentou. No entanto, a Ásia-Pacífico apresentou uma queda de 1% em sua receita, impactada principalmente pelo ambiente desafiador na China. Em termos de vendas, o atacado cresceu 6%, enquanto as vendas diretas ao consumidor aumentaram 4%. Já a margem bruta da PVH Corp. caiu de 60,1% para 57,7%, pressionada por fatores como aumento de promoções, custos de frete e tarifas sobre importações nos Estados Unidos.
O ano fiscal de 2024, por outro lado, foi mais desafiador para a Tommy Hilfiger, com uma queda de 5% na receita global em comparação ao ano anterior.
A receita na América do Norte permaneceu estável, mas a receita internacional caiu 7%, principalmente devido a uma redução estratégica de vendas na Europa, com o objetivo de melhorar a qualidade das vendas.
No Brasil, a operação da marca também enfrentou dificuldades, com a Inbrands, parceira local da Tommy Hilfiger, registrando uma queda na receita e aumento no prejuízo em 2024. A Inbrands chegou a negociar a venda de sua participação na marca, enquanto passava por um processo de reestruturação financeira.