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Quer móveis do Copacabana Palace na sua casa? O hotel vai leiloar o mobiliário dos quartos; entenda

O famoso anexo do Copa fechará as portas no início de abril, e tem reabertura prevista apenas para o quarto trimestre de 2026

O leilão acontecerá no próprio hotel, às 19h30 do dia 18 (Copacabana Palace/Divulgação)

O leilão acontecerá no próprio hotel, às 19h30 do dia 18 (Copacabana Palace/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 8 de março de 2025 às 10h21.

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Imagine um quarto do luxuoso Copacabana Palace na sua casa. Agora, programe-se: o centenário hotel carioca fará um grande leilão no próximo dia 18, quando venderá o mobiliário de quase todas as 96 unidades de sua extensão, a caminho da maior reforma estrutural de sua história. O famoso “anexo do Copa”, onde já se hospedaram estrelas da música internacional e chefes de Estado, fechará as portas no início de abril, e tem reabertura prevista apenas para o quarto trimestre de 2026. O leilão é a primeira etapa do projeto de renovação do prédio, que contará ainda com a ampliação de suas unidades (e a redução do número de quartos), a reforma no estrelado restaurante Cipriani e a construção de um novo spa.

‘Pacote fechado’

Este não será o primeiro leilão de objetos do hotel. Em 2012, quando edifício principal foi renovado, mais de mil itens dos quartos foram vendidos. Mas, ao contrário do que aconteceu naquela vez, os interessados agora não poderão arrematar apenas um travesseiro ou um conjunto de abajures. A ideia é vender um “pacote fechado”, conforme explica Ulisses Marreiros, gerente geral do Copacabana Palace e diretor para o Brasil do grupo Belmond, do qual o hotel faz parte:

"Vamos vender tudo o que estiver dentro do quarto de uma vez. Camas, mesas, cadeiras, armários, colchões, luminárias, cabides, cortinas, tapetes, espelhos, objetos de decoração... A pessoa que arrematar o pacote vai comprar um quarto do hotel para colocar em seu apartamento ou em sua casa."

O leilão acontecerá no próprio hotel, às 19h30 do dia 18, conduzido pelo martelo de Soraia Cals. Antes disso, nos dias 11, 12 e 13, das 12h às 19h, um andar inteiro do anexo estará aberto aos visitantes interessados em ver de perto os itens que futuramente poderão ser arrematados.

"Todos os móveis foram projetados com madeira de lei maciça, e ótimos acabamentos", atesta a leiloeira. "O número de móveis varia de acordo com os quartos. Os menores têm 30 itens, mas as suítes têm 60 em média."

Encaixotando Ben Jor

No entanto, nem todas as unidades estarão disponíveis para leilão. O mobiliário do apartamento onde vive o cantor e compositor Jorge Ben Jor, que se mudou para o hotel pouco antes da pandemia de Covid-19, por exemplo, será apenas guardado para ser remontado depois da obra. Sobre a permanência do autor de “Taj Mahal” no hotel, Marreiros, que também vive no anexo, desconversa: "Vamos ver o que vai acontecer, ainda estamos estudando..."

De Anexo a Tower Club

O certo é que Ben Jor precisará deixar o prédio em breve e, quando voltar, encontrará um cenário bem diferente. A começar pelo nome, que passará a ser, oficialmente, Tower Club. As unidades vão ganhar espaço, mas a quantidade delas vai diminuir. Atualmente, 96 dos 239 quartos e suítes do hotel ficam no prédio anexo. Esse número cairá para 68 após a reforma.

"Praticamente vamos construir um hotel novo. Mas a ideia é retomar o padrão original. Muitos quartos vão ser combinados para formar uma suíte", conta Marreiros.

Ele ressalta que a maioria dos quartos terá entre 70 metros quadrados e 80 metros quadrados, e que a maior suíte do hotel continuará sendo a da cobertura do anexo, com 170 metros quadrados, que já abrigou estrelas como Bob Marley e Freddie Mercury, além de ter hospedado a delegação dos Emirados Árabes Unidos na última cúpula do G20, realizada em 2024, no Rio.

À frente do projeto, o arquiteto Ivan Rezende já havia participado da renovação do prédio principal e do Teatro Copacabana Palace. Para ele, o grande desafio é atualizar um prédio histórico (protegido pelos órgãos de patrimônio municipal, estadual e federal) sem abrir mão do glamour atemporal que se espera do hotel.

"O anexo é um exemplo perfeito da arquitetura de Copacabana da metade do século passado, algo entre o modernismo e o art déco tardio, que vemos por toda a vizinhança. Queremos manter esse espírito intacto, com elementos de brasilidade na decoração", revela o arquiteto.

De acordo com Rezende, haverá grande espaço para nomes importantes do design e da arte brasileira, como Sergio Rodrigues, Cildo Meireles e Carybé. Os hóspedes também poderão conhecer mais o trabalho de Maqueson Pereira da Silva, acreano que trabalha com marchetaria, usando madeira envelhecida do fundo de rios para formar peças com padrões geométricos. Segundo Rezende, a ideia é que haja ao menos uma peça do artista em cada uma das 68 unidades do prédio.

Mas não se trata de um bota-abaixo em relação ao que já existe, garante o arquiteto. Alguns móveis das unidades serão reaproveitados nas áreas comuns, e os painéis de madeira do hall de entrada não apenas permanecerão, como servirão de inspiração para os novos corredores.

As obras irão além do visual, garante o gerente geral. O projeto prevê uma grande renovação das partes elétrica e hidráulica do prédio, e permitirá a troca dos sistemas de refrigeração por um modelo mais eficiente do ponto de vista energético e ambiental. Haverá melhorias também na iluminação, nos aparelhos de TV e na internet das unidades.

Academia e restaurante

Alguns dos quartos dos primeiros pavimentos da parte traseira do prédio, que dá para a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, serão desativados para abrir espaço para o novo spa do hotel. A ampliada área wellness ocupará dois andares com salas para tratamentos diversos, salão de beleza e possivelmente até uma barbearia.

O antigo spa, instalado num prédio menor (um “anexo do anexo”), dará lugar à ampliação da área fitness que também funciona ali: a academia de ginástica vai crescer, e serão criados ambientes dedicados a aulas de ioga, pilates e lutas, como jiu-jítsu.

O pacotão de obras incluirá o clássico restaurante Cipriani, que fechará nos próximos meses, para reabrir também no final de 2026. Ali, a reforma tem por objetivo tornar o espaço ainda mais exclusivo: a capacidade vai passar de 54 para 40 lugares. Essa mudança, na visão da administração, pode ajudar na busca pela cobiçada segunda estrela no “Guia Michelin”.

As obras não impactarão o funcionamento do Mee, a cozinha asiática do hotel, também dona de uma estrela do renomado guia francês, que passará a funcionar todos os dias.

Já a piscina, outro patrimônio local, ficará interditada por cerca de três meses, de meados de junho a setembro, por conta da construção do novo bar do hotel. Neste período, no entanto, os hóspedes poderão usar a piscina do sexto andar do prédio principal, normalmente aberta apenas para quem se hospeda neste pavimento. É a prova de que, no Copacabana Palace, até o perrengue é chique.

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