Origem das carnes: primeiro passo para um consumo mais consciente, que leva a uma produção mais responsável em busca de níveis de qualidade cada vez maiores (Divulgação/Divulgação)
Paty Moraes Nobre
Publicado em 30 de abril de 2020 às 19h00.
Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 13h34.
Hoje (30), às 19h, estreia a série Revolução do Churrasco, nas redes sociais da EXAME e EXAME Estilo de Vida.
Já no primeiro episódio, a jornalista Paty Moraes Nobre questiona o público: você já se perguntou de onde vem a carne que você come?
O programa indica que refletir sobre a procedência da carne é o primeiro passo para um consumo mais consciente, que leva a uma produção mais responsável em busca de níveis de qualidade cada vez maiores.
Os números da pecuária de corte no Brasil são estratosféricos: o País tem cerca de 210 milhões de cabeças de gado e, por ano, são vendidas mais de dez milhões de toneladas de carne bovina, o que dá, em média, 42kg para cada brasileiro. É claro que consumimos muito, mas, nesse caso, quantidade não é qualidade.
Para falarmos sobre qualidade, precisamos ir até onde tudo começa: a fazenda. É na fazenda que está a garantia de sabor, maciez e suculência do nosso churrasco.
O zootecnista e criador da marca 481, Marcelo Shimbo, parceiro da série Revolução do Churrasco, responde a cinco perguntas enviadas por leitores.
Podemos agrupar as raças em três grandes grupos: zebuínas, continentais e britânicas.
As zebuínas (Nelore, por exemplo) têm origem na Índia e têm uma característica própria, que é a presença do cupim. Esses animais correspondem a 95% da população de gado no Brasil porque são resistentes ao clima quente e se adaptaram muito bem ao sistema de criação extensiva daqui. No entanto, não é a raça que apresenta carne muito macia, especialmente nos cortes ancho e chorizo.
Já as continentais (Limousin, por exemplo), que foram originadas na França, Itália e Bélgica, serviram como animais de tração e são mais musculosos. A carne dessas raças costuma ter pouca gordura, apesar de macia. Por isso, não são muito indicadas para o churrasco porque podem ficar mais secas. As mais indicadas são as raças do terceiro grupo, chamadas de britânicas (Angus, por exemplo), com origem na Escócia. A carne desses animais é extremamente macia e o marmoreio, gordura entremeada, é perfeito para o churrasco.
Vacas: raças dos animais muda tipo de carne para consumo (Divulgação)
Os machos têm um ganho de massa muscular muito maior do que as fêmeas. Em contrapartida, as fêmeas têm mais gordura e a carcaça fica pronta mais rapidamente, produzindo, muitas vezes, carne de melhor qualidade se a ideia é fazer churrasco.
No confinamento, a dieta é específica, com todos os nutrientes que o animal deveria receber. No pasto, muitas vezes, por seca ou pouca produção de pastagem, os nutrientes são poucos ou inexistentes. Por isso, o ideal é deixá-lo na pastagem e levá-lo para o confinamento na etapa final da engorda.
Via de regra, o abate das raças britânicas ocorre em 16 meses, no caso de animais precoces, ou de 24 a 30 meses, no caso de animais mais maduros.
Além da melhoria na nutrição dos animais, o que tem melhorado a qualidade da carne no Brasil é o cruzamento das raças Nelore, que é a base do nosso rebanho, com as raças britânicas como o Angus.
Vacas: raças dos animais e sexo muda tipo de carne para consumo (Divulgação)
Mesmo estando no topo da lista dos maiores exportadores de carne do mundo, o Brasil ainda não está totalmente focado em produzir a melhor carne do mundo. Os processos de certificação, necessários para o cumprimento dos protocolos sanitários, não são suficientes para exigir uma qualidade melhor desde a origem.
Como apreciador do bom churrasco, o consumidor pode exigir muito mais.
A verdadeira revolução está em comprar de marcas que verifiquem onde e como o alimento é produzido, cuidando do processo de seleção dos melhores cortes de carne no Brasil e no mundo. Por isso, é cada vez mais necessário saber que existe uma marca como a 481, por exemplo, que faz exatamente isso.
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