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Segredos do vinho: espanhol dono de marca icônica ensina a escolher as melhores safras

Para o espanhol Pablo Álvarez, CEO do grupo Tempos Vega Sicilia, proprietário de alguns dos vinhos mais renomados do mundo, a escolha da safra é quase uma fórmula fácil de entender

Vinhos: consumo da bebida no Brasil cresceu nos últimos anos. (Divulgação/Divulgação)

Vinhos: consumo da bebida no Brasil cresceu nos últimos anos. (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 12 de maio de 2025 às 15h50.

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Escolher um bom vinho nem sempre é uma tarefa simples. Entre as opções disponíveis, é preciso considerar o tipo de uva, o terroir, a vinícola e, claro, o ano de colheita. Esta última variável, o ano da safra, é uma das mais discutidas entre os apreciadores e especialistas.

Para o espanhol Pablo Álvarez, CEO do grupo Tempos Vega Sicilia, proprietário de alguns dos vinhos mais renomados do mundo, a escolha da safra é quase uma fórmula fácil de entender. "As boas safras terminam com 4 em Vega Sicilia são as melhores, menos a 1984", afirma, com humor, o executivo, revelando uma das suas receitas para escolher vinhos de excelência.

A declaração foi feita durante a visita de Don Pablo a São Paulo, em abril, onde realizou uma degustação de alguns dos vinhos mais icônicos da vinícola. O grupo Tempos Vega Sicilia foi fundado em 1982 pela família Álvarez, que adquiriu a histórica vinícola na Espanha. Desde então, a empresa passou a expandir seu portfólio, incluindo outras marcas de renome como Alión e Pintia (todos importados pela Mistral no Brasil). O Vega Sicilia Unico Reserva Especial Año 2020, um dos mais imponentes rótulos, é vendido a R$ 10.657,57 no site da importadora brasileira.

Seus vinhos chegam a 149 países, com um processo exclusivo. A possibilidade de adquirir os vinhos diretamente do grupo está restrita a clientes aprovados, com uma cota personalizada que varia conforme as características de cada safra. Esse sistema assegura que apenas os consumidores mais seletos tenham acesso a determinadas safras e quantidades.

Pablo Álvarez afirma que está desenvolvendo um novo projeto na Galícia, na Espanha, que trará vinhos elaborados com a uva branca Alvarinho. A primeira safra foi colhida em 2024, e o lançamento está previsto para 2027. "Estamos criando um novo rótulo com uma uva autóctone, o Alvarinho, que traz todo o frescor e as qualidades dessa região", revela Álvarez, empolgado com o futuro da produção na Galícia.

Olho no mercado brasileiro

O CEO também comentou sobre o impacto do tarifário imposto pelos Estados Unidos e de uma possível taxação de 200% para vinhos importados, que poderia afetar as exportações de vinhos da vinícola. "Acredito que na gama mais alta de vinhos, o impacto será pequeno, pois o público-alvo tem um poder aquisitivo maior", afirma. O Estados Unidos continua sendo o principal mercado de exportação da vinícola, seguido de perto pelo Brasil, que representa 4% do total exportado e tem potencial de crescimento.

No ano passado, a vinícola Adega Cartuxa decidiu lançar, pela primeira vez fora de Portugal, a nova safra de seu icônico Pêra-Manca, safra 2018. O lançamento mundial do rótulo, que chega a custar R$ 4.000 e é um dos mais renomados do mundo do vinho, representa um marco no crescente interesse do mercado global pelo consumidor brasileiro.

O Brasil se mostra um porto seguro para a venda de vinhos, especialmente em um cenário global marcado por guerras, dificuldades logísticas e aumento no custo de produção. Europa e Estados Unidos enfrentaram uma queda no consumo de vinho de 2% a 4% entre 2017 e 2022. A China registrou uma queda ainda mais acentuada, de 17%. Em contrapartida, o Brasil teve um crescimento de 8%, segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho.

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