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Fim dos sneakers de luxo? Grifes miram em collabs com gigantes esportivas

Desaceleração atinge grandes grupos de moda e reflete a preferência das novas gerações por modelos funcionais e acessíveis

Sneakers de luxo: colaboração entre Nike e Tiffany (Instagram/Reprodução)

Sneakers de luxo: colaboração entre Nike e Tiffany (Instagram/Reprodução)

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 07h04.

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Com valores que podem alcançar mais de R$ 20 mil, os tênis de luxo vêm perdendo espaço nas sapateiras e nas listas de desejo dos consumidores. Nos Estados Unidos, as vendas de lojas de departamento caíram 21% no ano passado em comparação a 2023, de acordo com a Circana.

Uma projeção feita pela For Insights Consultancy mostra que o mercado global de calçados de luxo deve atingir um faturamento de US$ 32,89 bilhões em 2025. Mesmo com números impressionantes, o cenário promissor destaca que a maioria do faturamento vem de sapatos sociais e casuais, botas, sandálias e chinelos de grife.

Queda no faturamento geral dos itens de luxo acende alerta

O grupo francês Kering, que detém as grifes Saint Laurent, Balenciaga, Bottega Veneta, Alexander McQueen, Pomellatto, Boucheron e Gucci, anunciou, em julho deste ano, uma queda de 15% nas vendas do segundo trimestre de 2025. Os valores abaixo do esperado não são uma surpresa e acompanham uma desaceleração das vendas que atinge o grupo há cerca de um ano.

A queda no faturamento dos sneakers de luxo também é justificada pelo crescimento do athleisure, tendência que combina roupas esportivas e peças despojadas. Os tênis esportivos, que agregam, além da estética, benefícios para a anatomia, se tornaram itens essenciais para o conforto. No Brasil, o mercado de calçados esportivos deve alcançar uma receita de R$ 24,5 bilhões até 2028, segundo relatório da Euromonitor.

Marcas globais como New Balance e Asics também se beneficiaram dessa mudança, conquistando consumidores que antes investiam em tênis de grife, mas que agora priorizam desempenho, conforto e preços mais acessíveis.

Sustentabilidade influencia compras

Outra alternativa para o fim do sucesso absoluto dos tênis de grife é o consumo sustentável, que fortalece as tendências de compra. Um estudo feito pela Cone Communications ressalta que 63% dos nascidos entre 1985 e 1996 (millennials) e 57% dos nascidos de 1997 a 2010 (geração Z) apoiam marcas comprometidas com práticas sustentáveis, incluindo a diminuição do uso de pele animal em vestuário ou calçados.

Esse cenário cria uma pressão extra sobre as grifes de luxo, que precisam repensar suas estratégias e buscar relevância em colaborações capazes de unir apelo estético à funcionalidade exigida pelo consumidor contemporâneo.

Colaboração com marcas esportivas

Para se manterem relevantes, grifes de luxo apostam em parcerias com marcas esportivas, combinando sofisticação e funcionalidade. Um exemplo é a collab entre Jacquemus e Nike, iniciada em 2022, que em 2025 trouxe novas versões do Moon Shoe, vendidas por R$ 960 — bem abaixo de outros modelos de luxo da mesma grife, que chegam a R$ 2,5 mil.

A Prada também investiu nessa estratégia com a Adidas, unindo tradição e tecnologia no clássico SuperStar. “Uma viagem entre tecnologia e tradição. A parceria combina a expertise esportiva da Adidas com o trabalho em couro da Prada”, afirma a marca. Os modelos colaborativos, porém, continuam voltados a consumidores de alto poder aquisitivo, com preços acima de R$ 2,5 mil.

Mesmo com essas mudanças, os tênis de luxo não desapareceram: eles seguem presentes nas coleções das marcas, ainda que em menor demanda, enquanto se adaptam às tendências de conforto, sustentabilidade e inovação.

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