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Thiago Braz vê em técnico ucraniano pai que não teve

Criado pelos avós, Thiago teve no tio praticante de decatlo um motivador para iniciar no esporte, mas a figura paterna chegou com o renomado treinador


	Thiago Braz: “Não adianta só treinar e ir para casa, preciso ser um pouco pai, um pouco ditador, um pouco amigo", disse Petrov
 (Kirby Lee / Reuters/Reuters)

Thiago Braz: “Não adianta só treinar e ir para casa, preciso ser um pouco pai, um pouco ditador, um pouco amigo", disse Petrov (Kirby Lee / Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2016 às 18h25.

Rio de Janeiro - Para o campeão e novo recordista olímpico do salto com vara, Thiago Braz, o técnico ucraniano Vitaly Petrov, que já treinou as lendas da modalidade Sergei Bubka e Yelena Isinbayeva, é a figura paterna que faltava em sua vida.

Criado pelos avós, Thiago teve no tio praticante de decatlo um motivador para iniciar as práticas esportivas, mas a figura paterna chegou com o renomado treinador.

"Vivo com meus avós desde os 2 anos de idade. Meus pais eram muito jovens quando me tiveram. Eles brigavam bastante, não sei da realidade por completo, mas fui morar com meus avós e eles foram parte fundamental na minha vida", disse o saltador em entrevista coletiva na Casa do Time do Brasil, poucas horas após superar o recordista mundial Renaud Lavillenie, da França, para levar o ouro olímpico no Rio.

“Como tenho um pai no céu, tenho um pai na terra, que é meu técnico. Ele tem me ajudado muito, foi ele que confiou que eu podia saltar alto. Ele foi a peça fundamental para ganhar a medalha”, acrescentou o atleta, que é religioso.

O salto de 6,03 metros na final olímpica, o melhor da carreira do paulista de 22 anos, é motivo de orgulho para o treinador, que revelou ser bastante duro com o brasileiro nos treinamentos.

“Não adianta só treinar e ir para casa, preciso ser um pouco pai, um pouco ditador, um pouco amigo. É o que tenho feito nos últimos meses”, disse Petrov, de 78 anos, que no ano passado convidou Thiago para se mudar para a Itália e treinar na cidade de Fórmia.

“Todo atleta que vem para mim sabe que não é fácil treinar comigo, mas ele traçou o objetivo de aguentar o treino para alcançar o objetivo que tinha”.

A meta de ambos era conquistar no mínimo a medalha de bronze, mas ao perceber uma possível medalha de prata, a tática foi alterada para tentar a glória e Thiago forçou um salto mais alto do que já havia realizado.

“A gente sabia que estava preparado para fazer um bom salto e ontem tudo deu certo... Chegou a 5,93m e comecei a acordar para a prova e ver que podia brigar por uma outra cor de medalha. Eu queria no mínimo pegar o bronze”, disse Thiago.

“Teve momentos que eu vi que já estava com a prata, mas eu tinha mais três tentativas. Por que não tentar um ouro?”.

Para levar o ouro o brasileiro superou o francês Lavillenie, recordista mundial da prova com 6,16m, em uma final marcada por atrasos provocados pela forte chuva que caiu no Estádio Olímpico do Rio.

O francês Renaud, vaiado pela torcida brasileira durante a disputa, comparou as vaias à hostilidade da Alemanha nazista com Jesse Owens nos Jogos de Berlim de 1936. Ele posteriormente pediu desculpas.

Para Thiago, as vaias ao francês podem realmente ter atrapalhado o adversário, enquanto ele usou a força da torcida, e o fato de estar em casa, para não perder o foco.

"Acho que atrapalhou o francês, a gente está em casa. Para mim é um privilégio, para ele é uma pressão. Mas tinha a torcida organizada para ele que estava dando um ar de esperança e também um ar de primeiro lugar para ele. Mas a torcida brasileira foi extraordinária", disse.

"A torcida me ajudou muito. Fiquei muito surpreso, me arrepiei. Fiquei emocionado, mas tentei manter a concentração, o equilíbrio. O que vi na classificação é que não poderia perder o equilíbrio. Se tivesse me levado pela emoção, talvez não estivesse com o ouro aqui hoje”.

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