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TikTok Shop chega ao Brasil para rivalizar com Mercado Livre e Magalu

Plataforma traz novos modelos de compra, com shoppable videos e lives, e pretende competir com gigantes do e-commerce

TikTok Shop: funcionalidade chega hoje ao Brasil (Jaque Silva/NurPhoto/Getty Images)

TikTok Shop: funcionalidade chega hoje ao Brasil (Jaque Silva/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 8 de maio de 2025 às 00h01.

Última atualização em 8 de maio de 2025 às 10h35.

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O TikTok Shop chega ao Brasil nesta quinta-feira, 8, marcando de vez a entrada do aplicativo de vídeos curtos no maior e-commerce da América Latina.

A novidade traz quatro maneiras distintas de interação dos usuários da plataforma com os produtos:

  • os shoppable videos, onde os produtos aparecem em vídeos orgânicos e podem ser comprados diretamente.
  • as lives, que permitem compras em tempo real durante as transmissões ao vivo de marcas, vendedores e criadores de conteúdo.
  • a vitrine, uma área onde marcas e PMEs podem organizar vídeos de anúncios e coleções de produtos.
  • E, por último, a aba loja, que será lançada nos próximos meses, oferecendo uma experiência de compra organizada com todos os produtos de uma marca em um único local.

Os primeiros produtos disponíveis no Brasil estarão em categorias como moda, beleza, saúde, eletrônicos e esportes, com destaque para as famosas garrafas Stanley, que se tornaram um fenômeno entre os criadores de conteúdo da plataforma. O TikTok também planeja expandir para novas verticais após os primeiros meses de operação no Brasil.

Competição acirrada

O TikTok, nos últimos anos, se tornou uma potência nos segmentos em que atua — e chega no Brasil competindo diretamente com gigantes do e-commerce como Magazine Luiza e Mercado Livre.

Em 2024, a Bytedance, empresa chinesa dona do TikTok, fechou o ano com uma receita de US$ 155 bilhões, um crescimento de 29% em comparação com o ano anterior.

A alta foi impulsionada principalmente pela expansão global do TikTok, que ajudou a compensar alguns dos desafios que a empresa enfrentou internamente na China. A receita internacional da ByteDance cresceu 63%, alcançando US$ 39 bilhões, o que representa aproximadamente 25% de sua receita total em 2024.

Somente o TikTok Shop, por sua vez, gerou aproximadamente US$ 32,6 bilhões em receita bruta (GMV) no ano passado, em um aumento significativo desde o seu lançamento na Àsia em 2021.

Os Estados Unidos se destacaram como o maior mercado para a plataforma, com uma contribuição de cerca de US$ 9 bilhões em GMV.

No Brasil, a plataforma tem tudo para decolar.

De acordo com estimativas do Santander e do portal Digital Inside, a plataforma tem o potencial de movimentar até R$ 39 bilhões em GMV até 2028, capturando entre 5% e 9% do mercado brasileiro, o que colocaria o TikTok Shop entre os cinco maiores players do setor.

O grande diferencial da plataforma é a integração entre conteúdo e compras: ao permitir que os usuários comprem produtos diretamente durante vídeos e lives, o TikTok Shop oferece uma experiência de compra mais fluida, natural e impulsiva.

O poder da Ásia no varejo

A entrada do TikTok no varejo do Brasil é mais um indício do poder asiático no setor.

A Shopee ganhou terreno no mercado brasileiro e, de acordo com o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), a estratégia é uma ameaça real a gigantes como Mercado Livre e Amazon, embora o desafio seja grande.

A plataforma tem migrado de um modelo C2C (cliente para cliente) para um foco maior em B2C (venda direta ao consumidor), buscando aumentar o ticket médio, que atualmente gira em torno de US$ 5, um valor considerado baixo.

Em 2023, a Shopee superou a Shein em GMV, alcançando cerca de R$ 20 bilhões, e se tornou a segunda maior plataforma de e-commerce em audiência no Brasil, ficando atrás apenas do Mercado Livre.

A Shein, por sua vez, segundo o BTG, está passando por um ponto de inflexão estratégico no Brasil, seu principal mercado.

A empresa, que já enfrentava desafios regulatórios como o programa Remessa Conforme e a taxação americana sobre importações, tem acelerado a "tropicalização" de sua operação no país.

Isso inclui a ampliação do seu marketplace local, que já representa 60% das suas vendas, e a redução da dependência do modelo cross-border. Com cerca de 30 mil sellers no Brasil, a Shein pretende expandir ainda mais sua base de vendedores.

Apesar de ser uma entrante recente, a Temu, que chegou ao Brasil em 2024, segundo o banco, possui potencial de crescimento rápido, alinhando-se à tendência das plataformas asiáticas que investem na adaptação local.

A Temu já aumentou significativamente seus gastos em publicidade digital, com o objetivo de ampliar sua participação no mercado brasileiro e deve expandir sua operação nos próximos anos.

O banco ainda projeta que o e-commerce brasileiro crescerá em média 16% ao ano até 2027, mas ressalta que plataformas como Shein, Shopee e Temu não estão incluídas nas estimativas tradicionais, e podem intensificar ainda mais a competição. Imagina com o TikTok Shop.

Como funciona a comissão do TikTok Shop?

Em termos de modelo de negócios, o TikTok Shop adota uma estrutura de comissão sobre as vendas realizadas, destacando-se por oferecer taxas mais baixas em comparação com outras plataformas de e-commerce.

Além disso, a central de afiliados do TikTok oferece duas opções de colaboração para marcas e vendedores:

  • Colaboração aberta: permite que qualquer criador qualificado tenha acesso aos produtos selecionados pelos vendedores, possibilitando que qualquer criador solicite amostras grátis e amplie o alcance da marca.

  • Colaboração direcionada: focada em um grupo seleto de criadores, onde o vendedor convida diretamente influenciadores específicos para promover seus produtos, com uma comissão personalizada.

A escolha entre uma colaboração mais ampla ou segmentada depende dos objetivos do vendedor: alcançar um público maior ou criar campanhas mais específicas com criadores selecionados.

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