Casual

Turismo sustentável é tendência para o pós-pandemia

A pausa nas viagens é uma oportunidade para escolher como ir para o próximo destino sem prejudicar o planeta

Cristalino Lodge: conforto e sustentabilidade na Amazônia (Samuel Melim/Divulgação)

Cristalino Lodge: conforto e sustentabilidade na Amazônia (Samuel Melim/Divulgação)

G

GabrielJusto

Publicado em 21 de maio de 2021 às 15h02.

Última atualização em 21 de maio de 2021 às 15h21.

A reserva particular na qual o Cristalino Lodge está inserido corresponde só a um trechinho do sul da Amazônia. Mas são mais de 11.000 hectares, uma área quatro vezes maior que Fernando de Noronha. Localizado em Mato Grosso, o hotel tem o mesmo nome do rio que termina quase na sua porta e serpenteia em meio à floresta por 114 quilômetros — a nascente fica no Pará. Para chegar até ali é preciso desembarcar no município de Alta Floresta, Mato Grosso, vencer 1 hora de estrada e depois mais 30 minutos de barco. É o único jeito.

Os bangalôs são confortáveis e espaçosos, mas as semelhanças com os hotéis de lazer tradicionais terminam aí. Para começo de conversa, os hóspedes são estimulados a pular da cama quando ainda está escuro. E não só para contemplar o nascer do sol da torre de observação de 45 metros de altura.

O que mais se pratica ali, afinal, são longas caminhadas ou passeios de barco no meio da floresta — e esta acorda cedo. Quanto mais cedo se sai, sempre na companhia de um guia, maior a chance de contemplar a fauna da região em detalhes. É o habitat de nove variedades de macacos e de um terço das 1.800 espécies de aves brasileiras.

Canoagem no Cristalino Lodge: programa começa cedo (Cristian Dimitrius/Divulgação)

Estimula-se também a consciência ambiental dos visitantes. Afinal, engajar os hóspedes na luta pela preservação do planeta é uma das razões de ser do empreendimento. De sua parte, ele recicla o lixo descartável, trata os próprios efluentes e dispõe de 60 placas que captam a energia solar — sim, banho quente e Wi-Fi estão garantidos.

“Só não compramos barcos elétricos porque os que existem não atendem a nossos propósitos”, afirma o empresário Alex da Riva, que comanda o Cristalino Lodge. “O mais importante é a postura que adotamos, que visa contribuir com a conservação da região e a cultura local. É a chave para que o turismo não seja nocivo.”

A pousada Amendoeira segue a mesma pegada, com bangalôs que se aproveitam da ventilação natural e de placas fotovoltaicas que captam a energia solar e a tornam autossuficiente. Situada em São Miguel dos Milagres, em Alagoas, orgulha-se ainda de sua horta orgânica e de adotar práticas sustentáveis como compostagem, reciclagem, redução de resí­duos e tratamento de efluentes. Mais: a água da lavanderia é coletada quando chove e os amenities são todos biodegradáveis.

(Samuel Melim/Divulgação)

 

Bangalôs em meio à natureza no Cristalino Lodge: energia renovável (Marcos Amend/Divulgação)

Já o Txai Itacaré, na Bahia, colabora desde que abriu suas portas, em 2001, com o projeto Tamar, cuja missão é monitorar e manejar o nascimento das tartarugas na região. A nova meta do resort baiano é se engajar também na preservação dos pássaros que colorem e animam o céu daquele canto do país. E o Txai ainda contribui com pequenos agricultores, movimento que tem resultado na recuperação da vegetação nativa e na adoção de práticas de plantio sustentáveis.

No mesmo estado, a pousada Vila Naiá situa-se em Corumbau, dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Carroula. Com apenas oito habitações, é movida a energia eólica e solar. Trata seus efluentes antes de despejá-los na natureza e dispõe de um viveiro de mudas com espécies nativas — o paisagismo adotado, por sinal, se valeu apenas das plantas que já estavam no entorno, para diminuir o impacto no meio ambiente.

Outro empreendimento sinônimo de sustentabilidade é o Lapinha, spa paranaense a 80 quilômetros de Curitiba. Dos 550 hectares nos quais ele está inserido, 150 estão sendo transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e 30 hectares são usados para o reflorestamento. Todos os efluentes são tratados e devolvidos de forma limpa à natureza, e o spa ainda produz, sem pesticidas ou adubos químicos, boa parte das frutas e hortaliças servidas no restaurante.

Faltou contar que o Cristalino Lodge ficou fechado de março a setembro do ano passado. Para equilibrar as contas, o empreendimento passou a vender pacotes de hospedagem com desconto, para ser usados quando o novo coronavírus der trégua. Parte do dinheiro arrecadado até aqui foi gasta com a compra de 10 toneladas de alimentos, doadas para famílias da região que se viram sem fonte de renda da noite para o dia.

“Apostamos numa retomada forte a partir do segundo semestre, mas enquanto isso temos de olhar para o nosso entorno”, conclui Riva. Aos interessados: as diárias partem de 1.550 reais por pessoa, tirando a taxa de preservação ambiental, de 250 reais. Inclui traslado, refeições e passeios. 

(Arte/Exame)

Acompanhe tudo sobre:exame-ceoTurismoViagens

Mais de Casual

Quanto custa viajar para as Ilhas Malvinas?

São Paulo volta a receber um torneio WTA de tênis feminino

Os 13 melhores restaurantes do Rio de Janeiro segundo ranking EXAME Casual 2025

Lady Gaga se hospeda em um dos melhores hotéis do Brasil; descubra o preço da diária