Repórter
Publicado em 25 de junho de 2025 às 06h10.
Estudos indicam que, ao longo dos próximos 100 anos, as mudanças climáticas e a consequente destruição de habitats podem levar à extinção de mais de 500 espécies de aves. Uma pesquisa publicada na Nature Ecology & Evolution sugere que programas de recuperação focados nessas aves poderiam evitar a perda de 68% da biodiversidade global.
A pesquisa prevê que, nos próximos 100 anos, a taxa de extinção de aves será três vezes maior do que o número de espécies perdidas desde o ano de 1500.
Espécies como o guarda-chuva de pescoço nu (Cephalopterus glabricollis) e o calau-de-capacete (Rhinoplax vigil) são aves especialmente vulneráveis, que possuem funções ecológicas essenciais, sendo sua extinção prejudicial para o equilíbrio de todo o ecossistema.
Mesmo com esforços para proteger as aves contra as atividades humanas, fatores como a perda de habitat, a caça e as mudanças climáticas ainda podem resultar na extinção de cerca de 250 espécies de aves, mesmo com ações de preservação.
"Muitas aves já estão tão ameaçadas que reduzir os impactos humanos por si só não as salvará. Essas espécies precisam de programas especiais de recuperação, como projetos de reprodução e restauração de habitats, para sobreviver", afirmou Kerry Stewart, principal autora do estudo da Universidade de Reading, na Inglaterra, em comunicado.
De acordo com o estudo, aproximadamente 10.000 espécies de aves figuram na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Os pesquisadores conseguiram estimar o risco de extinção de aves para o próximo século, analisando as ameaças que cada espécie enfrenta.
A equipe de pesquisa observou que as aves de maior porte são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, enquanto a perda de habitat impacta principalmente as aves de asas largas. O estudo também identificou as estratégias mais eficazes para garantir a preservação das populações de aves.
"Não basta deter as ameaças. Cerca de 250 a 350 espécies precisarão de medidas complementares de conservação, como programas de reprodução e restauração de habitats, para sobreviverem no próximo século", destacou a professora Manuela Gonzalez-Suarez.
"Priorizar programas de conservação para apenas 100 das aves ameaçadas mais incomuns poderia salvar 68% da variedade de formas e tamanhos das aves. Essa abordagem poderia ajudar a manter os ecossistemas saudáveis", completou. Reduzir a caça, prevenir mortes acidentais e evitar a destruição de habitats são algumas das ações que poderiam salvar muitas espécies de aves.