Repórter
Publicado em 27 de julho de 2025 às 09h28.
Nos últimos dias, circulou nas redes sociais um boato de que a Terra ficaria totalmente no escuro por seis minutos no sábado, 2 de agosto. A alegação provocou preocupação em parte do público, mas não há base científica que sustente essa previsão.
Especialistas explicam que é fisicamente impossível que o planeta inteiro mergulhe em escuridão simultaneamente. Para que isso ocorresse, seria necessário um objeto maior que a própria Terra bloqueando a luz solar, algo que nenhuma tecnologia seria capaz de reproduzir. A disseminação de teorias falsas na internet costuma misturar informações reais com distorções, o que ajuda a aumentar o alcance dessas mensagens.
O boato está relacionado a uma interpretação equivocada sobre um fenômeno astronômico real que ocorrerá em 2 de agosto de 2027. Trata-se de um eclipse solar total que terá mais de seis minutos de duração em seu ponto máximo. O fenômeno será visível principalmente em países do norte da África e do Oriente Médio.
Em Luxor, no Egito, a fase de totalidade do eclipse atingirá 6 minutos e 23 segundos. O tempo será maior do que o observado em eclipses recentes, como o de 2017, que durou 2 minutos e 40 segundos, e o de 2024, com 4 minutos e 28 segundos.
O eclipse de 2027 será o mais longo do século 21. Ele só será superado por um evento previsto para 16 de julho de 2186, cuja duração pode chegar a 7 minutos e 29 segundos. Também está previsto outro eclipse solar total significativo para 2096, com 6 minutos e 7 segundos de escuridão.
A faixa de totalidade, área onde a luz solar será bloqueada por completo, terá no máximo 258 quilômetros de largura em 2027. Ela se estenderá de Cádiz, na Espanha, até o Chifre da África, passando por cidades como Tânger, Benghazi, Meca e Luxor.
Além do aspecto visual, o eclipse de 2027 será usado por astrônomos em experimentos que podem ajudar a testar conceitos como a teoria da relatividade de Albert Einstein. Antes desse evento, outro eclipse solar total está previsto para 12 de agosto de 2026, com visibilidade da Islândia até a Espanha. Esses fenômenos ocorrem, em média, a cada 18 meses, mas nem sempre são vistos nas mesmas regiões do planeta.
Não há previsão de que a Terra fique totalmente às escuras no próximo sábado, como indicavam as mensagens falsas. O eclipse de 2027, no entanto, será um dos eventos astronômicos mais aguardados da década.