Chuva de meteoros: evento cria efeito visual que parece diversas estrelas cadentes (Petr Horálek/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 20h34.
No ano passado, um asteroide gerou preocupação generalizada. Com rota que parecia poder colidir com a Terra, pesquisadores chamaram ele de "Matador de Cidades".
O asteroide 2024 YR4, após um refinamento no cálculo da sua trajetória, tem baixa probabilidade de atingir a Terra, mas pode representar risco para a Lua. Segundo a New Scientist, o objeto mantém atualmente uma chance de 4% de colidir com o satélite natural em 2032.
Em termos astronômicos, esse número não é tão baixo quanto parece no senso comum, representa um evento com probabilidade considerável de acontecer.
O astrônomo Andrew Rivkin, da Johns Hopkins University, lidera uma equipe que monitora a trajetória do objeto potencialmente colidível com a Lua. Segundo os cálculos, existe uma chance de 5% de que observações futuras aumentem a probabilidade de impacto para mais de 30%.
Ao mesmo tempo, há 80% de chance de que essas observações reduzam o risco para menos de 1%, o que indica que a maioria dos cenários ainda aponta para segurança orbital.
As estimativas são preliminares e dependem de dados adicionais que serão coletados nos próximos ciclos de observação, começando em fevereiro de 2026. O modelo considera incertezas na trajetória e possíveis perturbações gravitacionais que podem alterar a rota do objeto.
O possível impacto não traria risco direto à Terra, mas poderia produzir efeitos secundários visíveis.
Uma colisão na superfície lunar seria capaz de lançar fragmentos que, mais tarde, poderiam provocar uma chuva de meteoros ao atingir a atmosfera terrestre.
Ainda assim, não há indicação de ameaça concreta ao planeta. Uma "chuva de estrelas cadentes" é mais provável de acontecer, em caso de colisão.
A trajetória do 2024 YR4 permanece imprecisa devido à quantidade limitada de dados disponíveis.
O acompanhamento realizado até agora permitiu apenas estimativas iniciais, e a observação pelo James Webb será necessária para refinar os cálculos.
O telescópio poderá registrar detalhes sobre o tamanho, a velocidade e a rotação do objeto, informações essenciais para prever seu comportamento gravitacional nos próximos anos.
A previsão de risco para a Lua decorre da interação orbital do asteroide com o sistema Terra-Lua.
Pequenas variações em sua trajetória podem alterar o desfecho de forma expressiva, aumentando ou reduzindo a chance de impacto. A análise detalhada do objeto ajudará a determinar se ele entrará ou não em rota final de colisão.
As próximas atualizações deverão ser divulgadas após a campanha de observação em fevereiro, quando cientistas terão dados suficientes para revisar as estimativas de risco.
Até lá, o 2024 YR4 permanece como um exemplo de como pequenos corpos celestes continuam exigindo monitoramento constante.