Na alimentação natural, a ingestão de nutrientes e vitaminas é garantida (Getty Images)
Redatora
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 09h42.
Última atualização em 26 de setembro de 2025 às 10h22.
Cada vez mais donos de pets substituem rações industrializadas por dietas in natura, prática que promete mais longevidade e bem-estar dos animais de estimação, especialmente os cachorros. Cabeça de pato, fígado, rim, orelha de coelho e pés de galinha se tornaram comuns no dia a dia de animais domésticos.
Em 2024, o mercado pet movimentou R$ 75,4 bilhões no Brasil, sendo que os alimentos industrializados responderam por R$ 40,8 bilhões (54,1% do total do setor), segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Mesmo com a alta demanda por rações e sachês, a alimentação natural vem se popularizando entre os tutores.
Focados no crescimento do mercado de bem-estar animal voltado à nutrição, negócios como Fresh4Pet, Amordida e Pegada Natural ampliaram seus catálogos, incluindo opções com baixas calorias (low carb) e cuidados especiais.
Em redes sociais como o TikTok, a comunidade de “pais e mães de pet” que priorizam a alimentação natural se fortaleceu. Vídeos mostrando o preparo e a refeição dos animais alcançam milhões de visualizações, gerando debate sobre os benefícios e riscos desse estilo alimentar.
O Relatório Global de Insights sobre Nutrição Pet 2025, da ADM, mostra que 85% dos donos de pets acreditam que a nutrição adequada e os suplementos são tão importantes para os animais quanto para os humanos. No Brasil, a mesma porcentagem aparece relacionada a tutores que se preocupam com a imunidade dos animais.
Um artigo publicado no Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia acompanhou cães alimentados com dieta caseira (natural), ração comercial e ração a granel. Os resultados evidenciaram que animais expostos a dietas caseiras apresentaram menor índice glicêmico e melhora na qualidade do pelo. Já os piores resultados foram atribuídos à ração a granel.
Apesar da popularização da dieta natural, a alimentação industrializada segue predominante. Preços mais acessíveis e praticidade colaboram para a resistência às novas práticas alimentares. No entanto, para a opção ser realmente benéfica, é necessário que a ração ou os sachês sejam de qualidade — já que a falta de nutrientes em rações de baixa categoria pode trazer riscos à saúde do animal.
Desde 2024, o Decreto nº 12.031/24 prevê inspeção e fiscalização obrigatória de produtos destinados à alimentação animal, sejam eles industrializados ou não.